O Conselho Regional de Química do Rio de Janeiro emitiu nota oficial sobre a ”crise da água” que vive o estado.
Segundo eles, o trabalho do profissional de Química é muito importante para a sociedade, e aproveitaram para dar algumas respostas sobre a situação. Confira.
- O CRQ, desde o início da crise, manteve constante contato com a Companhia e realizou o seu papel de fiscalização nos dias 22 e 24 de janeiro.
- No dia 22 de janeiro, representantes do CRQ estiveram no Laboratório de controle da qualidade da água da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), na Tijuca, e vistoriou métodos, equipamentos e resultados de análises inerentes ao controle da potabilidade da água distribuída pela Cedae, desde 01 de janeiro.
- Em 24 de janeiro, esteve na Estação de Tratamento de Água da Cedae no Guandu (ETA – Guandu), a fim de verificar os processos, equipamentos e controles inerentes à captação e tratamento da água para consumo humano, distribuída na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
- O CRQ solicitou à Cedae, por meio de ofícios, os resultados das análises feitas, informações complementares sobre profissionais da química e alterações nos processos após o início do uso do carvão ativado.
- A autarquia também esclareceu, por meio da imprensa, dúvidas da população referentes aos efeitos das alterações de cor, sabor e odor da água e como permitir de forma rápida gerar ferramentas de amenizar estes efeitos.
- O CRQ também mobilizou a Câmara Técnica de Meio Ambiente da autarquia para produzir uma nota técnica aos profissionais da Química.
- O CRQ já reiterou a solicitação à Cedae para que forneça os resultados das análises feitas a partir do uso do carvão ativado e da argila ionicamente modificada, de forma que possa apontar soluções eficazes para o problema.
Portanto, enquanto o CRQ não recebe da Companhia os resultados das análises e acompanha os relatos de cidadãos recebendo água ainda com odor e gosto alterados, não há como garantir a eficácia dos tratamentos adotados pela Cedae para solucionar o problema.
Carvão ativado
O carvão ativado é uma substância porosa resultante da exposição industrial da madeira à temperatura e à pressão muito elevadas. Desta forma, expõe grupamentos químicos formados por elementos como carbono, hidrogênio e oxigênio, que interagem com as moléculas de carbono, hidrogênio e oxigênio que compõem a geosmina e a retém.
No caso específico da Cedae, o carvão ativado foi a técnica escolhida pela companhia para ser usada no tratamento da água que é captada do Rio Guandu.
Argila ionicamente modificada
A argila ionicamente modificada é capaz de reduzir a concentração de fósforo solúvel a valores limitantes para florações das cianobactérias, o que provoca a redução gradual das algas e possibilita o processo de recuperação natural do ecossistema.
Ao ser aplicada, a argila decanta, adsorvendo parte dos íons de fosfato dissolvidos na coluna d’água. A ligação do produto com o fosfato ocorre rapidamente e a decantação total das partículas em curto período de tempo.
A técnica foi escolhida pela Cedae para ser aplicada nos mananciais, antes da captação da água, para que esta entre na ETA com menor concentração de compostos orgânicos.
O papel do químico
A Química é uma ciência que envolve conhecimentos referentes a composição, estrutura, propriedades da matéria, as alterações a partir das reações químicas e a sua relação destas transformações com as trocas de energia. É uma ciência exata, que tem interface com outras áreas do conhecimento como a Física, a Matemática e a Biologia. A Química é uma área estratégica para a inovação tecnológica, que permite o desenvolvimento de novos produtos que promoverão soluções para as demandas da sociedade e redução dos danos à saúde e exploração sustentável do ambiente.
O Conselho Regional de Química esclarece que o químico é o profissional capacitado tecnicamente para diversos processos utilizados não somente no tratamento de água e de esgoto, mas em muitas atividades vitais ao bem-estar e segurança da sociedade.
Desta forma, cabe ao Conselho proteger a sociedade ao esclarecer dúvidas e garantir que os profissionais que exercem estas atividades sejam preparados e que as técnicas utilizadas sejam eficazes.
Extremante vergonhoso e deveria haver uma interferencia federal na Cedae de forma rapida e enegica. Enquanto isso a população gasta rios de dinheiro na compra de remedios e agua potavel. Governo estadual e a prefeitura são verdadeiros fiascos. Bagres travestidos de paleto e gravata.
“Portanto, enquanto o CRQ não recebe da Companhia os resultados das análises e acompanha os relatos de cidadãos recebendo água ainda com odor e gosto alterados, não há como garantir a eficácia dos tratamentos adotados pela Cedae para solucionar o problema”.
CONCLUSÃO: “Está tudo como dantes no quartel d’Abrantes”