O Complexo do Maracanã, localizado na Zona Norte do Rio, será administrado pelo Consórcio Fla-Flu durante os próximos 20 anos. Os dois times, que fazem provisoriamente a gestão do estádio desde abril de 2019, venceram a licitação do Governo do Estado, que publicou a homologação da vitória, nesta terça-feira (4). Ainda não há data definida para a assinatura do contrato, que, pela expectativa das partes envolvidas, deve acontecer na próxima semana. O Complexo do Maracanã inclui ainda o estádio do Maracanãzinho.
O estádio do Maracanã já havia passado por outro processo licitatório, que aconteceu no final de 2023, quando Flamengo e Fluminense, o consórcio Vasco e WTorre, e o grupo Arena 360, administrador do estádio Mané Garrincha, concorreram entre si. Apenas os dois primeiros chegaram à etapa final, atingindo 120,2 e 97 pontos, respectivamente. Na etapa financeira da licitação, o consórcio Fla-Flu ofereceu R$ 20.060.864,12 anuais, vencendo a proposta vascaína e da WTorre.
Os vencedores terão 60 dias para criar Sociedade de Propósito Específico (SPE) para fazer a gestão do complexo esportivo. Uma das cláusulas contratuais prevê que caberá ao Flamengo, como líder do consórcio, 65% da participação econômica. O Fluminense será o responsável pelos 35% restantes. Tal divisão está prevista tanto no consórcio quanto na futura SPE e significa que “a linha de receitas, lucros, perdas, direitos e obrigações do Consórcio serão calculadas de acordo com a proporção de sua participação”, conforme destacou o ge.
A divisão, no entanto, não é válida, nos jogos do Flamengo ou do Fluminense, com cada time arrecadando ou arcando com bilheteria, receitas geradas, custos, despesas e eventuais prejuízos do chamado “matchday”, incluindo estacionamento, camarotes e receitas de bares.
Pelo contrato, nos próximos 20 anos, o consórcio Fla-Flu deve investir R$ 393 milhões em obras e manutenções das instalações no Complexo do Maracanã, respeitando a divisão 65% x 35%, entre os dois times. Assim os rubro-negros investirão R$ 255,5 milhões, e os tricolores R$ 137,5 milhões, como informado pelo site Mundo Rubro Negro, conforme reproduziu o ge.
A divisão também vale para a outorga a ser paga ao Governo do Estado, com lucros e prejuízos seguindo a mesma proporção. A proporcionalidade entre os clubes é resultado do uso de espaços, além do Maracanã. O Flamengo usa o Maracanãzinho para a realização dos seus jogos de basquete e vôlei, o que demanda um valor de investimento no espaço.
Apesar da divisão, o Fluminense segue tendo direito a veto em questões administrativas, como formação de Conselho de Administração, indicações de conselheiros e operações financeiras.
O estádio continuará sendo gerido pelo atual diretor geral (CEO) do estádio, Severiano Braga, que é contratado pelo Flamengo.
Com informações do ge.