Construtora Concal pede recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio

A construtora de 52 anos, fundada por José Conde Caldas, tem uma dívida que se aproximaria dos 100 milhões de reais e não estaria conseguindo equilíbrio financeiro, apesar de ser uma das principais da Zona Sul

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O arquiteto e urbanista José Conde Caldas, fundador da Concal / Foto: Divulgação

Nesta segunda-feira, a construtora Concal, com mais de meio século de atuação no estado do Rio de Janeiro, submeteu à Justiça do Rio um requerimento de recuperação judicial (antiga concordata). É o que informou o jornalista Ancelmo Gois, em sua coluna. A Concal nasceu Construtora Conde Caldas, e foi fundada pelo arquiteto e urbanista José Conde Caldas, um baiano apaixonado pelo Rio de Janeiro que já entregou mais de 160 projetos imobiliários – principalmente na Zona Sul da Cidade – e é considerado um dos principais personagens do mercado imobiliário da cidade.

Possuindo uma dívida total que alegadamente chegaria a R$ 97.011.549,07, a construtora, representada pelo escritório de advocacia Kalache, Chame, Costa Braga, comunicou ao judiciário que, apesar de tentativas anteriores de reequilíbrio, o contexto atual não oferece condições para uma completa estabilização financeira da empresa, segundo o jornalista.

Ao longo de sua trajetória, a Concal foi responsável por empreendimentos que somam cerca de 1,7 milhão de m² edificados e mais de 12 mil clientes atendidos. Desta quantidade, 110 construções de luxo foram levantadas na área sul carioca. Muitos de seus prédios levam o nome de “conde de”, e a empresa é a que mais construiu no bairro do Leblon. A construtora atribui seu pedido de recuperação judicial à instabilidade político-econômica recente, marcada pelo declínio do poder de compra dos cidadãos e pela diminuição do capital investido. A petição ainda destaca que a adversidade do mercado imobiliário ampliou os cancelamentos de contratos e as disputas judiciais, dada a complexidade em alcançar acordos diante dos desafios surgidos.

A empresa foi pioneira na retomada do mercado de construção no bairro imperial de São Cristóvão. Na Tijuca, a Concal comprou o antigo Instituto Isabel, centenária escola católica na rua Mariz e Barros, mas acabou repassando o grande terreno de 8.000m2 para a Cyrela.

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1 COMENTÁRIO

  1. Quem mora num prédio da CONCAL construído recentemente não vê com nenhuma surpresa a derrocada de uma empresa cujo nome já foi referência no ramo imobiliário.
    Faltou . . . e muito . . . à nova geração de herancistas o senso de dignidade. O conceito de que fazer bem feito não é favor, mas sim obrigação.
    Quando chegar em casa hoje e lembrar da fiação imersa na água de concretagem que encontrei em meu apartamento comprado da CONCAL, quando lembrar da tubulação de água (quente e fria) solta dentro do forro de gesso. Quando lembrar ainda da tubulação de esgoto amarrada com arame, das paredes e lajes finas que transmitem ruído. Ou recordar que o exaustor do prédio precisa ser desligado à noite (à revelia do que determina a legislação) porque a CONCAL projetou é executou uma casa de máquinas exíguo e não isolada acusticamente . . .
    Paro aqui, mas teria material para laudas.
    Vai CONCAL . . . vai para a obscuridade pela qual tanto perseverou nestes últimos anos.
    Já o articulista, deveria empenhar-se mais em saber que a CONCAL foi, sim, referência de construção na Zona Sul, mas tornou-se referência de vergonha na Zona Norte.

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