Copacabana: bairro mais famoso do mundo completa 130 anos

Copacabana nasceu oficialmente, em 6 de julho de 1892, na lavratura da inauguração provisória do Túnel de Real Grandeza, atual Túnel Velho

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Imagem meramente ilustrativa da orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio - Foto: Alexandre Macieira/RCVB

Quem ainda não ouviu, vai ouvir falar sobre Copacabana, bairro onde acontece o maior e mais badalado Reveillón do mundo. Copacabana é muito mais que um bairro; é o Eldorado que alimentou os sonhos de ascensão social de diversas gerações. “Chique mesmo é morar em Copa”, diziam os antigos. A Princesinha do Mar nasceu oficialmente, em 6 de julho de 1892, na lavratura da inauguração provisória do Túnel de Real Grandeza, atual Túnel Velho, que liga a Rua Real Grandeza, em Botafogo, com a Rua do Matoso, hoje Rua Siqueira Campos

Também conhecida como “Coração da Zona Sul”, Copacabana faz limites com os bairros da Lagoa, Ipanema, Botafogo, Leme e Humaitá, o que a torna um bairro de passagem. Inicialmente, com poucos moradores e de difícil acesso, a faixa de areia local era chamada Sacopenapã, palavra de origem tupi que significava, “o barulho e o bater de asas dos socós:” o barulho dos pássaros.

Foi somente no século XVIII, com a chegada de comerciantes de prata: bolivianos e peruanos – conhecidos como “peruleiros” -, que o bairro começou a desenvolver os contornos atuais e ganhou o nome de Copacabana. Os pescadores, movidos pela fé, trouxeram uma imagem de Nossa Senhora de Copacabana, da Bolívia, instalando-a em um pequena capela, construída sobre um rochedo. Em 1918, o pequeno templo foi demolido, e a imagem transladada para a matriz do bairro. A mesma imagem, depois, retornou para a nova Igrejinha de Copacabana, onde permaneceu até as obras do templo definitivo (Paróquia de Nossa Senhora de Copacabana) serem terminadas.

Até então, Copacabana era apenas uma paisagem bucólica. Tal cenário mudaria no final do século XIX e início do século XX, com as reformas urbanas encabeçadas por Pereira Passos. Com investimentos em sistema de saneamento, as praias da cidade passaram a ser limpas, ganhando não só um novo status, mas também popularidade, a tal ponto de as camadas de renda mais alta buscarem os bons ares de Copacabana, como tratamento contra doenças respiratórias ou como diversão.

O emprego de bondes, como forma de locomoção, assim como a abertura de vários túneis ligando a praia ao centro da cidade, ampliaram ainda mais o público visitante do bairro. Mas foi apenas com a inauguração de um túnel no Morro de Vila Rica – Túnel Velho -, em 6 de julho de 1892, que o bairro começou a se integrar ao resto do Rio de Janeiro. À medida que as linhas de bonde avançavam em direção ao Forte do Leme e à Igreja de Nossa Senhora de Copacabana, o bairro ganhava mais ruas e casas. Em 1906, foi inaugurada a via mais emblemática de Copacabana e da cidade: a Avenida Atlântica, cujo desenho em curvas, simulando as ondas do mar, foi inspirado nas calçadas da Praça de Dom Pedro IV (Praça do Rossio), em Lisboa (Portugal).

Outro evento importantíssimo na história do bairro e do Rio de Janeiro foi a inauguração, em 13 de agosto de 1923, do suntuoso Hotel Copacabana Palace. As décadas de 1930, 1940 e 1950 trariam a consagração ao Copacabana Palace, e também à Praia de Copacabana, que passou a ser cada vez mais frequentada, especialmente no Pós-2ª Guerra Mundial.

Foi na década de 1970, no entanto, que Copacabana ganhou a forma com a qual ficamos familiarizados. O bairro recebeu inúmeras intervenções para que a orla se tornasse mais amistosa com a população. Entre elas, destacam-se a construção de um grande aterro hidráulico para a ampliação da área de areia da praia, como recurso de área de lazer, e também como forma de contenção das ressacas que invadiam os prédios da orla. Também foram feitos o alargamento das pistas da Avenida Atlântica, e a passagem por debaixo do calçadão do interceptor oceânico – tubulação que transporta o esgoto da Zona Sul até o emissário de Ipanema. Na década de 1990, com o culto à saúde em alta, foi construída a ciclovia de Copacabana, que deu novos ares à orla de Copacabana e do Rio de Janeiro.

Mas a Avenida Atlântica vem sofrendo grandes ressignificações sociais nos últimos 30 anos, deixando de ser um lugar de lazer apenas, para ser palco de um Reveillón maravilhoso, que atrai gente de todo o Brasil e do mundo; assim como de shows, eventos religiosos, e de manifestações com as mais variadas pautas e das mais diversas correntes políticas. Um apartamento na mais movimentada, turística e alegre avenida da cidade não costuma ser vendido por menos de 2 milhões de reais, com vista para a praia, e os preços dos maiores e mais modernos não raro chegam aos 10 milhões, sem falar nas coberturas.

Copacabana completa hoje 130 anos, com a beleza e o encanto de sempre. Copacabana é eterna no imaginário nacional e internacional. Que venham mais 130 anos!

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3 COMENTÁRIOS

  1. “Ai de ti Copacabana” cronica escrita pelo famoso Ruben Braga, na década de 60 , a então “princezinha do mar”, como era conhecida , faz jus hoje as premonições do poeta.
    Feia, velha e abandonada, não sobrou nada da princezinha de outrora, sonho de consumo de todo brasileiro. Triste ! porém a mais pura verdade.

  2. O Prefeito parece que tem ódio de Copacabana (dizem que tem, pois os pais não tinham dinheiro para morar lá e foram para a Barra). Pelo turismo, era para ser super organizado. Sem camelôs e cracudos.Criminalidade zero. Favelização em declínio e não em franco aumento.

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