Recuperando o fôlego e voltando a empolgar investidores e clientes, o mercado imobiliário do Rio de Janeiro vem dando claros sinais de melhoras em 2021. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o setor deve fechar o ano com R$ 195 bilhões em crédito imobiliário liberados, 57% a mais que o recorde de 2020, quando esse total foi de R$ 124 bilhões.
Outo indício de recuperação, segundo o Sindicato da Habitação (Secovi Rio), é que o primeiro semestre deste ano foi o melhor desde 2014 no quesito vendas de imóveis. E o segundo semestre, considerado o melhor do ano, também gera grandes expectativas e com cada vez mais ofertas.
Diante dessa crescente, a Zona Sul vem encabeçando os índices que tornam esse cenário tão positivo. Números do Secovi Rio mostram que a região teve 4.427 unidades negociadas de janeiro a junho deste ano, alta de 87,5% na comparação com o mesmo período de 2020 (2.361 unidades). Os dados analisados pelo sindicato têm como base o recolhimento do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
Liderando a lista dos bairros mais procurados estão Copacabana, com 1.135 transações imobiliárias; Botafogo, com 625; e Leblon, com 418. Na direção contrária aparecem Urca (31), Cosme Velho (25) e Vidigal (7).
Ao jornal O Globo, o vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider, explica que fatores combinados, como a taxa de juros de financiamento de imóveis atrativa, maior agilidade dos bancos em oferecer esse financiamento e a estagnação do preço dos empreendimentos desde os Jogos Olímpicos de 2016, fizeram com que o mercado imobiliário vivesse hoje essa alta expressiva.
“As construtoras vinham com uma perspectiva positiva desde antes da pandemia. Elas sofreram um pouco nos primeiros meses, mas depois vieram com tudo, com as pessoas procurando apartamentos maiores e investimentos mais seguros, já que o futuro ainda é muito incerto. Os juros no mercado financeiro também caíram bastante, e muita gente migrou para o mercado imobiliário. Além de preços congelados, taxas de juros baixas e facilidade de financiamento, pontos que ganharam destaque com a pandemia” — afirma.
Schneider diz que a Zona Sul é grande referência do segmento imobiliário em relação a uma vez que é possível estar perto da praia e de parques, comércios e shoppings, entre outros benefícios.
“A Zona Sul é a grande locomotiva do mercado imobiliário, pois oferece muita liquidez. As construtoras que lançam em bairros da região sabem que vão vender porque há muita procura e, com ela, vem a versatilidade dos projetos, contemplando desde imóveis menores, como os estúdios, até unidades maiores, de quatro quartos” analisa.