O Rio de Janeiro tem, atualmente, cerca de 78 mil pessoas que ainda não voltaram aos postos de saúde para receber a aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19. A informação é da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital fluminense.
De acordo com a pasta, está sendo feita uma busca pelas pessoas que não retornaram no prazo pré-determinado. Essa procura é realizada pelas equipes das unidades de saúde a partir dos dados dos pacientes registrados.
Inicialmente, o contato é realizado via ligação telefônica. Caso não haja sucesso na tentativa, outra acontece com o envio de um agente comunitário de saúde à casa da pessoa. Vale ressaltar que há uma recomendação da SMS para que as pessoas tomem a segunda dose na mesma unidade em que receberam a aplicação da primeira, respeitando, claro, a data de retorno indicada no comprovante de imunização.
Dados do Painel Rio Covid mostram que, hoje, o município tem 2,7 milhões de pessoas imunizadas com a primeira dose e uma cobertura vacinal de 40,9% em relação a primeira aplicação. Já com a segunda dose, o número de imunizados está em 975 mil, com cobertura vacinal de 14,5%.
”Diferentemente da CoronaVac, que tem um período menor entre a primeira e a segunda dose, para as vacinas AstraZeneca e Pfizer esse intervalo é de 12 semanas. Segundo a pasta, na comparação de primeira com segunda dose, sempre haverá uma diferença considerável, o que não quer dizer que são pessoas atrasadas para tomar a segunda”, explicou a SMS em nota oficial.
Outra questão importante que tem acontecido é a tentativa por escolha do imunizante que será aplicado. Nas últimas semanas, em função de diversos comentários nas redes sociais em relação às reações ocasionadas pela AstraZeneca, as pessoas passaram a sentir ”receio” de tomar a referida vacina, o que, para o infectologista Renato Kfouri, não deveria acontecer.
”Esse é realmente um equívoco, pois a gente não tem vacina para todos, tem vacina para uma pequena parcela. Ter febre, dor no corpo, mal-estar, que se resolve rapidamente com os analgésicos comuns e que são transitórias, duram no máximo 48 horas, não devia ser motivo de perder a oportunidade de ser vacinado, muito pelo contrário, os danos pela Covid são maiores”, diz ele, antes de ressaltar que a pior escolha da pessoa é não vacinar.
”É claro que elas são diferentes, uma em uma dose, outra em duas, outra com intervalo de 1 mês, outro de 3 meses, um pouco mais de dor que a outra, dá menos febre, um pouco mais eficaz que a outra, mas, em comum, todas são muito seguras, com efeitos colaterais muito inferiores ao benefício. Todas são muito boas pra prevenção das formas graves da Covid-19. Não vacinar hoje é a pior escolha. Não é pra ficar escolhendo vacina, o pior cenário é ficar desprotegido”, finalizou.