A CPI da Intolerância Religiosa da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) irá convocar o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sergio Camargo, para depor. O objetivo do depoimento é que Camargo explique à comissão os motivos da abertura de uma licitação para troca da identidade visual da fundação, que teria sido ocorrido para que fosse modificada a antiga marca da instituição, que remeteria ao símbolo de um orixá.
A intolerância religiosa estaria sendo praticada, pois o símbolo da instituição, que remete à Xangô, faz parte da cultura do povo negro.
Por este motivo, nesta terça-feira (24/08), o relator da CPI da Intolerância Religiosa, deputado Átila Nunes (MDB) ingressou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) pedindo a abertura de inquérito e o cancelamento da licitação para mudança da marca. Para o deputado a Fundação Cultural Palmares a antiga marca da instituição é uma marca da cultura afro-brasileira, que deve ser respeitada.
“Acrescenta-se ainda que a Fundação é um patrimônio nacional, conquista da qual todos os brasileiros que respeitam e celebram a cultura afro-brasileira têm orgulho. Desse modo, não se pode pactuar com a extinção da grande conquista que a instituição representa para a comunidade negra brasileira, que é a promoção da preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira”, disse o relator da CPI.