As boas do Rio incluem show de graça, teatro engrandecedor e muito cinema de qualidade. E para todos os gostos. A princípio, gostei muito de “Um Lugar Silencioso: Dia Um”, que foca na tensão com a chegada de alienígenas que são atraídos pelo som. A produção, que serve como um prelúdio para os (ótimos) filmes anteriores da franquia, mostra os eventos aterrorizantes do primeiro dia da invasão que silenciou o mundo. Lupita Nyong’o e Joseph Quinn protagonizam como Sam e Eric, cujas vidas são viradas de cabeça para baixo. São boas atuações em um filme que ao mesmo tempo que não traz nada de muito inovador, bebe na poesia e consegue entreter e fornecer emoção. É sobre sobrevivência e despedida, dor e esperança. Aliás, pude perceber alguns críticos chorando na sessão para a imprensa. Disseram que algumas lágrimas escorreram dos meus olhos. Mas foi em silêncio. Com a direção de Michael Sarnoski e produção executiva de John Krasinski, o longa entrega um retorno eficiente à atmosfera opressiva que fez dos primeiros filmes um sucesso de bilheteria, oferecendo um novo olhar sobre o início do apocalipse alienígena. Destaque para o gato, com atuação genial, super cativante e criando elos.
Ah, mas você quer algo mais para a famíia toda? Quer ver a criançada rindo? Então a sugestão é “Meu Malvado Favorito 4”, com a volta de Gru e sua família adorável, agora com a adição do bebê Gru Jr., que já mostra um comportamento travesso (e bem cômico) com o pai. Enquanto lida com as novas dinâmicas familiares, Gru se depara com a ameaça de Maxime Le Mal, um supervilão que escapou da prisão e planeja vingança. O filme, dirigido pelo mesmo criador dos sucessos anteriores, combina humor e ação de maneira eficaz e consegue realmente prender a atenção das crianças enquanto fornece muitas referências que somente os pais poderão entender. Os Minions seguem com seu carisma extraordinário e a mistura de perigo iminente e as relações familiares de Gru mantém o público envolvido do início ao fim. Na sessão de imprensa, foi impossível não notar a animação das crianças presentes.
Por outro lado, uma opção para os adultos fãs de terror é “Entrevista com o Demônio” (Late Night With The Devil) com estreia marcada para 4 de julho. David Dastmalchian protagoniza como Jack Delroy, um apresentador de TV dos anos 70 que tenta recuperar a audiência de seu programa através de um especial de Halloween. O filme, dirigido por Colin Cairnes e Cameron Cairnes cria uma atmosfera de suspense e terror psicológico com uma abordagem inteligente e cínica que critica o sensacionalismo televisivo e mostras as consequências nefastas dos pactos com o mal.
Mais um grande texto de Lúcia Helena Galvão no teatro
“ÂNIMA”, o novo texto teatral da escritora e filósofa Lúcia Helena Galvão, é uma obra que tece, com maestria, as histórias de vida e luta de mulheres notáveis como Joana d’Arc, Hipátia de Alexandria, Marguerite Porete, Helena Blavatsky, Harriet Tubman e Simone Weil. Em cartaz no Teatro Fashion Mall até 30 de junho e com nova temporada no Teatro Clara Nunes de 8 a 18 de agosto, o monólogo protagonizado pela ótima Beth Zalcman é uma jornada emocionante, em especial quando ela revive Blavatsky. A direção de Luiz Antônio Rocha é sublime, proporcionando um espetáculo que não apenas celebra a força e a resiliência dessas mulheres, mas também destaca o poder transformador do feminino na história da humanidade. Com um texto profundo e uma interpretação tocante, “ÂNIMA” é uma ode às mulheres que, através de suas batalhas e conquistas, iluminaram os caminhos da humanidade. E, por falar nisso, o desenho de luz do espetáculo é um show por si só e leva os espectadores para outros planos.
Entretanto, se sua busca é por opções gratuitas, com direção de Luiz Antonio Pilar e texto de Leonardo Bruno, o musical “Leci Brandão – Na Palma da Mão” celebra a vida e obra da icônica artista Leci Brandão com apresentações nas Zonas Norte, Oeste e Centro do Rio de Janeiro. Vencedor do Prêmio Shell de Teatro na categoria “Direção”, o espetáculo narra a trajetória pioneira de Leci, primeira mulher a integrar a Ala de Compositores da Mangueira e uma das primeiras mulheres negras eleitas para a Assembleia Legislativa de São Paulo. O musical destaca sua coragem ao assumir publicamente sua homoafetividade nos anos 70 e ao romper com uma gravadora multinacional por suas letras contestadoras, além de apresentar sucessos atemporais como “Zé do Caroço”.
Confira a lista das apresentações gratuitas: 29 de junho (sábado), às 19h, na Areninha Terra (Rua Marcos de Macedo s/nº – Guadalupe); 5 de julho (sexta), às 19h, na Areninha Gilberto Gil (Av. Marechal Fontenelle 5000 – Realengo); 6 de julho (sábado), às 16h, no MUHCAB – Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Rua Pedro Ernesto 80 – Centro); 12 de julho (sexta), às 19h, na Arena Abelardo Barbosa (Rua Soldado Eliseu Hipólito, s/n – Pedra de Guaratiba); 14 de julho (domingo), às 18h, na Arena Dicró (Parque Ary Barroso – Entrada pela R. Flora Lôbo, s/nº – Penha); 19 de julho (sexta), às 19h, na Areninha Hermeto Pascoal (Praça 1º de Maio s/nº – Bangu); 20 de julho (sábado), às 20h, na Areninha João Bosco (Av. São Félix, 601 – Parque Orlando Bernardes – Vista Alegre); e 21 de julho (domingo), às 19h, na Arena Jovelina Pérola Negra (Praça Ênio, s/nº – Pavuna).
Por fim, temos a Fundação Amazônica de Música celebrando os 20 anos do Vale Música Belém com uma turnê especial em 2024. A Orquestra Jovem Vale Música, regida pelo maestro Renan Cardoso, se apresentará em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. No dia 3 de julho, na Sala Cecília Meireles (Rua da Lapa, 47 – Centro), o concerto gratuito contará com a participação do pianista ucraniano Vitaly Pisarenko, interpretando obras de Tchaikovsky e Rachmaninoff. Os ingressos podem ser retirados no local uma hora antes do início da apresentação.
