Crítica: O Pastor e o Guerrilheiro [Festival do Rio]

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crítica o pastor e o guerrilheiro
César Mello tem atuação espetacular (A2 Filmes/Lipe Duq)

Na noite da última quinta-feira, dia 13 de outubro, aconteceu a première do longa-metragem brasileiro O Pastor e o Guerrilheiro, do cineasta José Eduardo Belmonte (“Alemão”, “Billi Pig” e “Entre Idas e Vindas”), no Festival do Rio 2022, na mostra Première Brasil, no Cine Odeon, com a presença do elenco e convidados.

Fui convidado pela A2 filmes, distribuidora do longa, e tive uma boa surpresa. Possivelmente foi um dos melhores filmes que vi no Festival do Rio, apesar de algumas falhas. A trama se passa principalmente durante as décadas de 1960, 1970, mas também nos últimos dias de 1999. O filme fica indo e vindo no tempo e tem que lidar com vários núcleos, uma difícil missão. Enquanto, em 1968, o jovem João (Johnny Massaro) deixa a universidade e vai para uma guerrilha na Amazônia, em 1999, Juliana (Julia Dalavia) encontra o livro escrito por ele e tenta entender a verdade sobre seu pai, que foi coronel.

Durante a ditadura, João é preso, torturado e enviado para a prisão em Brasília. A atuação de Johnny Massaro merece palmas, a forma como expressa os sonhos, o sofrimento e a determinação daquele homem, além do processo de emagrecimento que passou para viver o personagem pediram bastante dedicação.

Faz um milagre em mim

João encontra Zaqueu na prisão, um cristão evangélico, preso por engano. Aí estão as melhores cenas do filme e que deixam um gosto de que poderiam ser mais extensas. O encontro demora muito para acontecer e quando acontece gera ótimos diálogos, porém, é pouco, deveria ser maior. Na pequena e imunda cela, eles sofrem juntos, conversam sobre suas diferenças ideológicas, se ajudam e marcam um encontro para 26 anos depois, à meia-noite, em 1999, em cima da Torre de TV de Brasília.

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Zaqueu ganha vida através de Cesar Mello. E que trabalho perfeito ele nos entrega. A voracidade, o carinho, a fé e o aprendizado contínuo transparecem em cada cena do ator. E 1999, seus discursos na igreja, onde às vezes parece pregar para si mesmo, encarando os próprios fantasmas e os embates com seus filhos são excelentes. A ideologia do pastor impressiona, e é relevante como o religioso explica para seu rebento que qualquer um podia ser preso na época da ditadura. Simplesmente pela atuação de César, já vale a pena ver O Pastor e o Guerrilheiro.

O filme foi rodado no Estado do Tocantins, às margens do Rio Araguaia, e em Brasilia, e conta com a produção executiva de Caetano Curi, uma bela direção de fotografia de Bárbara Alvarez, direção de arte cuidadosa de Ana Paula Cardoso, direção de produção de Larissa Rolin, música eficiente de Sascha Kratzer e figurino de Diana Brandão.

Enfim, produzido por Nilson Rodrigues e com roteiro de Josefina Trotta, o longa, com distribuição da A2 Filmes, chega em 26 de janeiro de 2023 nos cinemas brasileiros.

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