Crivella: líder de organização criminosa

Apontado como "vértice" do "QG da Propina", Crivella era chamado de "01" pelos integrantes da organização criminosa

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Marcelo Crivella, ex-prefeito do Rio - Foto: Reprodução

Preso na manhã desta terça-feira (22/12), o prefeito do Rio Marcelo Crivella é apontado como “vértice” da organização criminosa que ficou conhecida como “QG da propina“, conforme denúncia do Ministério Público.

De acordo com as investigações Crivella “orquestrava sob sua liderança pessoal” o esquema que tinha como objetivo “aliciar empresários para participação nos mais variados esquemas de corrupção, sempre com olhos voltados para a arrecadação de vantagens indevidas mediante promessas de contrapartidas”:

Segundo o MP, a atuação de Crivella no suposto esquema era tida como fundamental, em função do cargo de prefeito. Isso porque seu gabinete seria capaz de executar e comandar os atos necessários para a organização criminosa conseguir atuar dentro da prefeitura do Rio. Os investigadores afirmam ainda que o plano criminoso é “meticulosamente elaborado”

O vértice da organização criminosa é ocupado por Marcelo Crivella, que na qualidade de Prefeito do Rio de Janeiro, concentra em suas mãos as atribuições legais indispensáveis para a consecução do plano criminoso, meticulosamente elaborado pela organização criminosa. Em outras palavras, seu status funcional de alcaide lhe confere, e a mais ninguém, a capacidade de executar e determinar a execução dos atos de ofício necessários à materialização das escusas negociatas”, diz trecho da denúncia divulgada pelo jornal Globo.

Crivella era conhecido como “01” nas mensagens de Whatsapp

Segundo informou o jornal O Dia, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), preso na manhã desta terça-feira (22), era conhecido como “01” em mensagens de WhatsApp trocadas pelos integrantes da organização criminosa do esquema do “QG da Propina”.

A desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, que assinou a decisão judicial que culminou com as prisões de Crivella e outros cinco alvos menciona que o colaborador Sérgio Mizrahy apresentou cópias das mensagens entre membros do esquema e que, nelas, “cobravam o recebimento de determinada quantia em espécie a pedido do ‘Zero Um’, codinome atribuído ao prefeito”.

A desembargadora enfatiza que as investigações apontaram que os crimes foram cometidos de modo permanente ao longo de quatro anos de mandato, incluindo contratações fraudulentas e recebimento de propinas em diversos setores da administração pública.

É verdade que o prefeito está prestes a encerrar o seu mandato, faltando poucos dias para tanto. Poder-se-ia então argumentar que, uma vez praticamente encerrada a sua gestão, não mais haveria que se falar em risco à ordem pública. Tal assertiva poderia até ser verdadeira, caso os ilícitos cometidos tivessem sido esporádicos. Todavia, consoante as investigações revelaram, os crimes foram cometidos de modo permanente ao longo dos 04 anos de mandato, verificando-se contratações fraudulentas e recebimento de propinas nos mais variados setores da Administração. As tratativas espúrias, na verdade, tiveram início ainda durante a campanha eleitoral e miravam as futuras contratações do governo”.

De acordo com a decisão judicial, no corpo do acordo de colaboração premiada, o doleiro Sérgio Mizrahy e colaboradores aderentes prestaram depoimentos e apresentaram diversas provas que revelaram ao Ministério Público a suposta existência de um “intricado esquema criminoso envolvendo membros da Administração Municipal, empresários, pessoas físicas e jurídicas que funcionavam como ‘laranjas’, além de operadores do esquema”.

Os integrantes do esquema, apesar de não possuírem qualquer vínculo efetivo com a Prefeitura do Rio, de acordo com a decisão, “interferiam nas tomadas de decisão, agilizando os pagamentos a empresas especídicas e interferindo nos processos de licitação, de forma a beneficiar aqueles empresários que assentiam em pagar propina ao grupo criminoso aparentemente gerenciado pelo homem de confiança do prefeito Marcello Crivella, Rafael Pereira Alves“. Rafael Alves, diz a denúncia, contava com o doleiro Sérgio Mizrahy para “branquear” os valores recebidos.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Pena que prisão veio com algumas semanas de atraso. Senão, podia ter sido evitada a mudança do nome da Estrada do Cabuçu – em memória da antiga fazenda Cabuçu – que foi substituído por Bispo Daniel Malafaia.

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