Benedito nasceu na Sicília, numa pequena aldeia em 1526, filho de africanos escravizados que foram vendidos na ilha e alforriados no momento de seu nascimento. Ele recebeu o nome de batismo e incorporou o sobrenome dos padrinhos, Manasseri.
Quando menino, Benedito pastoreava rebanhos e, devido à sua fé devota, foi apelidado de “santinho mouro”, por causa de sua pele escura. Aos 21 anos, ingressou na Irmandade de São Francisco de Assis, santo celebrado no dia 4 de outubro, tornando-se um religioso exemplar na Ordem.
Por ser analfabeto, entrou como irmão leigo e assumiu a função de cozinheiro. No preparo dos alimentos, Benedito trabalhava com alegria, refletida em sua comida saborosa, o que o tornou o santo protetor da cozinha e seus trabalhadores, contra a fome e a escassez.
Mesmo sem saber ler, tornou-se um grande administrador do convento, sempre seguindo os princípios de São Francisco. Religiosos e teólogos visitavam Benedito para ouvir sua sabedoria, atribuída ao dom da Ciência.
A devoção a São Benedito chegou ao Brasil com os frades franciscanos e se consolidou com a criação das diversas Irmandades de São Benedito dos Homens Pretos, fundadas em todo o território colonial. Sua origem africana fez dele um símbolo de devoção para os africanos escravizados, que se identificavam com sua história. Em 1983, a CNBB concedeu deferência canônica, estabelecendo o dia 5 de outubro como a data de celebração de São Benedito no Brasil, enquanto, no restante do mundo, a data é 4 de abril, em memória de sua morte.
Na cidade do Rio de Janeiro, há onze locais de culto dedicados ao Santo, incluindo três paróquias e a importante Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, localizada na Rua Uruguaiana, 77, no Centro, vinculada à Paróquia do Santíssimo Sacramento.
Em 22 de março de 1669, foi fundada a Irmandade do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, que inicialmente ocupava dependências na antiga igreja de São Sebastião, no Morro do Castelo. No início do século XVIII, a irmandade se mudou para uma igreja própria, construída entre 1701 e 1737, na antiga Rua da Vala (atualmente Uruguaiana).
Este novo templo ganhou grande importância na história religiosa da cidade, abrigando a sede episcopal e a Irmandade do Santíssimo Sacramento desde 1737, funcionando como Sé até 1808, quando a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, junto ao Paço, foi elevada a Capela Real.
A igreja foi devolvida à Irmandade original e passou por diversas modificações ao longo do século XIX, incluindo uma nova talha nos interiores e a reconstrução das torres da fachada principal. A fachada atual, voltada para a Rua do Rosário, exibe um estilo clássico, com um corpo central ladeado por torres sineiras simétricas e uma portada principal austera, remanescente dos primeiros templos cariocas.
Em 1967, a igreja sofreu um grande incêndio que destruiu todo o interior e a cobertura. O Museu do Negro, instalado no segundo piso, também perdeu quase todo o acervo e documentos relacionados à história da Irmandade. A reconstrução foi realizada nos anos seguintes, porém, o arquiteto Lucio Costa optou por manter o interior sem ornamentação, exceto pelo altar-mor.
Apesar de não ser sede de paróquia, a Igreja do Rosário e São Benedito é um importante registro do papel das irmandades no Brasil colonial, especialmente as formadas por africanos e seus descendentes. Tornou-se um símbolo de resistência pela liberdade do povo preto, incluindo a participação em alforrias.
Outros templos foram dedicados exclusivamente a São Benedito, congregando povos de diferentes origens africanas, como Angola e Congo. A partir do ciclo do ouro, novas devoções surgiram, gerando irmandades dedicadas a Santo Antônio do Categeró, São Baltazar, Santo Elesbão e Santa Efigênia, todos santos de origem negra. A Igreja Católica utilizou essas devoções para auxiliar na conversão de africanos ao catolicismo. Além disso, o sincretismo religioso associou São Benedito à falange dos Pretos Velhos, na Umbanda, e ao orixá Ossain, no Candomblé, representando o poder de cura das plantas.
As festas populares em homenagem a São Benedito reforçaram sua popularidade em todo o Brasil, com expressões culturais como as congadas, cavalhadas e marujadas, que mesclam o sagrado e o profano, o europeu e o africano.
Entre os locais de culto dedicados a São Benedito, destaca-se a Igreja de Pilares, elevada à paróquia em 1937. Outras paróquias mais recentes incluem a de Santa Cruz, fundada em 1979, e a do Morro dos Cabritos, em Copacabana, elevada à paróquia em 2021.
De acordo com o site Paróquia de São Benedito de Pilares, a capela foi criada em 1876 por um grupo de irmãos que se reunia na paróquia de São Tiago, em Inhaúma, dedicando seu culto a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Em 1886, a Irmandade de São Benedito de Pilares arrecadou recursos para a construção da própria igreja, inaugurada parcialmente em 1937 e concluída na década de 1980.
A Paróquia de São Benedito em Pilares é uma edificação contemporânea, com fachada de linhas retas e uma única torre sineira, destacando-se na Avenida Dom Helder Câmara. O interior é funcional, sem ornamentos comuns nos templos do século XIX, exceto pelas pinturas no teto abobadado.
Além das celebrações religiosas, o dia dedicado a São Benedito destaca a capacidade de organização do povo preto, mesmo sob repressão. As irmandades foram decisivas na expansão e consolidação da fé católica no Brasil colonial, e muitas cidades só progrediram graças à presença da Igreja Secular, das ordens religiosas e das irmandades leigas.
Mas essa já é outra história…
Devemos ter cuidado com essas tais “heranças africanas” e maus sacerdotes da teologia da libertação.
São Benedito é um santo negro, que largou os erros do paganismo, convertendo-se a fé católica, tornando-se um dos maiores santos, se o que o padre pregar levar a um diálogo com o paganismo, sem mudança de vida e abandono dos erros, temos pregação herética, fora da tradição da Igreja, e fora com da comunhão com o santo.
Recomendo lerem mais sobre a vida deste grande Santo, e utilizarem de exemplo sua conversão e dedicação a vida de santidade e oração.