O carioca não é fã de obra, reclamaram quando construíram o Cristo Redentor, o Maracanã, a Linha Amarela, e mais recentemente os equipamentos para o Pan. O Engenhão seria inútil, a Arena Multiuso também, e tem gente que ainda reclama.
Óbvio que a Cidade da Música sofre do mesmo mal, ainda piora o fato dela não ter começado a funcionar ainda, graças ao Eduardo Paes que não mostrou ainda ao que veio.
Hoje o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia, colocou em seu ex-Blog algumas curiosidades sobre a Cidade da Música e a inexplicável demora para a sua inauguração. Leiam:
CURIOSIDADES SOBRE A "CIDADE DA MÚSICA"!
1. Nota de jornal da época. "A limpeza de terreno e terraplenagem em 2003, começará em setembro e vai durar cerca de 90 dias." Ou seja, a licitação da Cidade da Música e o início das obras ocorreu em 2004. Entre 2004 e 2008 foram 4 anos. 85% estavam prontos, faltavam 15%.
2. Lá se vão 3 anos e agora se informa que a obra será entregue no segundo semestre. Ou seja: foram 4 anos para construir 85% e três anos e meio para construir 15%.
3. "A Cidade da Música, definida como uma ‘verdadeira obra-prima de poesia’ pelo Metropolitan Art Press e pelo Centro Europeu de Artes de Design, é o mais arrojado empreendimento público destinado à Cultura realizado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro nas últimas décadas. Neste complexo está instalada a maior sala de concertos sinfônicos e de ópera da América Latina." Adivinhe onde está escrito isso? Acertou quem disse: NO SITE ATUAL DA PRÓPRIA PREFEITURA DO RIO. Comprove.
4. Desde o projeto do Museu Guggenheim -criminosamente obstruído na justiça por uma oposição xenófoba de meia tigela- que a ideia do Rio recuperar centralidade nas artes vinha lastreada em um equipamento de padrão top internacional. Os valores eram estimados em 250 milhões de dólares ao câmbio da época (2001/2003). A Cidade da Música seguiu a ideia e o padrão e veio no lugar do Museu Guggenheim, com mudança de tema das artes plásticas para a música e a dança.
5. Como se trata de um Complexo, ocorreram 5 licitações. Os 80 milhões, que alguns falam, eram apenas para as fundações. Basta lembrar que o Museu do Amanhã, de 10 mil m², no píer da Praça Mauá, onde seria o Guggenheim-Rio, está orçado em 240 milhões de reais, para 10 mil m². A Cidade da Música são 90 mil m² de arquitetura, no limite máximo internacional.
6. A cada etapa se fazia um concerto comemorativo e se inaugurava a etapa. O primeiro deles teve a presença da mega-star soprano Kathleen Battle, que deu uma canja. Leia o que se dizia sobre este ato:
7. "Com a presença do prefeito Cesar Maia, de convidados e do arquiteto responsável pelo projeto da Cidade da Música, Christian de Portzamparc, 80 músicos da OSB, sob a regência do maestro Roberto Minczuk, apresentaram na tarde deste sábado (17), um repertório que começou com o Hino Nacional. Havia aproximadamente 400 espectadores, inclusive operários que trabalham na obra. A surpresa ficou por conta da presença da cantora lírica internacional Kathleen Battle, cantando ‘Over my head I hear music in the air’, propiciando um momento de muita emoção para todos os presentes. O maestro Roberto Minczuk afirmou que esse concerto foi uma experiência única para a OSB: ‘Vivemos um momento inesquecível’. A Cidade da Música é a única da América Latina e está entre as mais modernas salas de concerto do mundo inteiro. Cerca de 90% das obras de estrutura do complexo musical já foram realizadas". Atenção: estrutura.
8. Por que então não é inaugurada na sua última etapa? Elementar a resposta. Porque uma vez funcionando, cai o baralho de cartas da politicagem e surge o mais importante equipamento da Cidade do Rio de Janeiro. Tremem de medo de inaugurar, pois isso -na cabeça medíocre de alguns- significaria votos para quem decidiu e construiu. Num projeto desses não há votos e sim o relançamento da Cidade do Rio de Janeiro no mundo das artes depois de muitos anos.
9. A "construção de Brasília" na série JK, da TV Globo, foi filmada na Cidade da Música.