Oito crianças de favelas do Rio de Janeiro podem ingressar em uma das escolas mais conceituadas de balé do mundo, a Escola Bolshoi, em Joinville, Santa Catarina. Os pequenos se destacaram numa seleção feita com 110 crianças, entre 8 a 11 anos. A final acontece nos dias 7 e 8 de outubro, na sede da escola russa no Brasil.
Em busca de uma das 40 vagas para o primeiro ano, estão quatro crianças do Projeto Vidançar, do Complexo do Alemão; duas do Instituto Verde Criando Vidas, do Engenho da Rainha; uma do Projeto Luar da Dança, de Duque de Caxias e outra do Instituto Mundo Novo, de Mesquita.
Amanda Visa, do Instituto Verde Criando Vidas,afirma que as oportunidades precisam chegar as comunidades. “O importante é dar oportunidade. Muita gente acha que criança da comunidade não tem talento ou, se tem talento, não tem oportunidade. E elas estão aqui para provar que têm as duas coisas”, completa.
Ellen Serra, à frente do projeto Vidançar, acredita que foram escolhidas as crianças que mais precisavam dessa oportunidade. “Essas crianças são pura inspiração dentro da comunidade em que vivem com a violência física, violência da fome e rodeadas de falta de oportunidade. É transformador ver uma escola como o Bolshoi ter essa consciência em territórios onde as pessoas não têm acesso”, disse Ellen ao jornal Extra.
Com 19 anos de atuação na Chatuba, em Mesquita, o Instituto Mundo Novo terá um representante na semifinal, orgulho máximo para o projeto que acolhe 200 alunos na Baixada. “Kauã já é vitorioso porque acreditou no seu sonho e rompeu todos os padrões”, diz a Bruna Simãozinho, do Mundo Novo, ao Extra.
Final
A avaliação final será feita em duas etapas. A primeira será médico-fisioterápica, para observar aptidão física numa avaliação de um time multidisciplinar de médicos e professores de educação física. A segunda será artística, em que serão apreciados o lado musical e a parte cognitiva.
“Não será uma aula de educação física, nem de dança. Será uma aula lúdica para avaliar a capacidade de desenvolvimento de cada um, principalmente dentro do método vaganova”, descreve Sylvana Albuquerque, coordenadora do processo seletivo do Bolshoi, referindo-se ao método criado no século XX pela bailarina russa Agrippina Vaganova, que busca o aprendizado de forma gradual a partir da consciência corporal do aluno a cada movimento, usado pela escola.
Para um grande final é preciso também conseguir verba para levar os vencedores e seus responsáveis para a jornada de três dias em Santa Catarina, e os grupos estão lançando campanhas para arrecadar dinheiro.
“Precisamos comprar passagens e arcar com as demais despesas necessárias para que nossos alunos possam viajar, com seus acompanhantes’, completou Ellen.
As informações são do jornal Extra.
Parabéns aos que desenvolveram esses projetos, contribuindo muito para socializações,inclusões e qualificações de jovens com enormes talentos que certamente continuarão em buscas de seus sonhos.