Da morte do mensageiro e o desespero de Beltrame

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Ontem o governador Sergio Cabral ainda não tinha se pronunciado sobre o caso do Affroreggae. Mas o nosso governador tomou uma ação enérgica para resolver todos os problemas de Segurança Pública, exonerou o porta voz da PM. A razão é que ele teria dito que os PMs cometeram “desvio de conduta” e vá lá, exonara-se o porta-voz, afinal, só trouxe má notícia. Comunicação é tudo, e o porta voz estava deixando Cabral mal na imprensa.

 

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sergio-cabralNão vi a entrevista de Cabral, então não sei se posso concordar ou não com o Marcos Heise do Comgurus, mas ele é profissional e sabe o que está dizendo:

Neste caso, Cabral não tinha como colocar a culpa na imprensa, já que a situação, como bem definiu o major, foi no estilo “batom na cueca”, quer dizer, não tem o que dizer. Curiosamente, assisti a entrevista do major e achei corajosa e madura a reação da PM, pela sua ´ótica de visão´. Pensei: algo está mudando. Sérgio Cabral contrariou esta tendência. Como a notícia era ruim, ruim mesmo e não tinha como mudá-la, o governador botou a culpa no carteiro.

Cabral não só botou a culpa no carteiro, ele matou o mensageiro. E outra figura da crise que abateu sobre Cabral é o secretário de Segurança Pública Beltrame, que como mostra uma newsletter especial de fim de semana do Cesar Maia enviada hoje aos assinantes (ler abaixo), mostra que o desespero pode ter batido no secretário.

 

[quote2]Realmente parece com 11 de Setembro, quando Bush ficou sem saber o que fazer. Em silëncio…

TRÊS ANOS DEPOIS! BELTRAME PERDE O CONTROLE, SE DESESPERA E ATACA TODO MUNDO, DE CABRAL A LULA. NÃO SOBRA NADA! SÓ ELE?
1. Quando afirmou que o "helicóptero" era o nosso 11 de setembro, fez uma analogia. Mas em função disso, os EUA invadiram o Afeganistão e a situação, hoje, oito anos depois, é muito pior que era em 2001, no 11 de setembro. E os EUA mudaram recentemente a estratégia e terão que enviar mais 40 mil militares para lá.

 

2. Diz que polícia ganha mal e dá uma canelada no Cabral. Diz que vai manter o bico do policial (ao arrepio da lei). Diz que o governo federal não ajuda e dá uma canelada no Lula. Ataca Polícia Federal e Exército. E pede uma legislação de emergência (Estado de Emergência na Constituição).

3. DECLARAÇÕES DE BELTRAME (21º encontro do OsteRio) após o 11 de setembro, ou abate do helicóptero:

"Só no Rio existe fuzil e rifle. Só no Rio existe metralhadora antiaérea. Então o país todo precisa saber que, para enfrentar fuzis 762, 556, e .30, precisa haver um nivelamento das forças de combate. Precisa haver uma paridade. Precisamos redimensionar o armamento e os recursos das forças da ordem. Precisa entrar grana. Mas, de que adianta me darem R$ 10 milhões ou R$ 100 milhões se não posso gerenciar essa verba? É para gerenciar as prateleiras com armas não letais? Só posso equipar meus policiais com spray de pimenta?"

 

"Eu quis comprar carros blindados de Israel e da África do Sul. Fiz o pedido. Ah, não pode, porque esses veículos têm características de guerra. E isso que vivemos no Rio é o quê? O governo federal precisa assumir sua responsabilidade, seu compromisso. Não adianta nada, um dia depois de bandidos derrubarem um helicóptero e matarem três PMs, nos telefonarem de Brasília oferecendo mais um helicóptero blindado. Nós recusamos. O que vai resolver mais um helicóptero blindado?"

 

"O combate ao narcotráfico é competência do governo federal. Em nenhum lugar do mundo polícia estadual é encarregada de combater narcotraficantes. Ainda mais traficantes com fuzis importados que entram por nossas fronteiras e nossos portos. O que a população não entende é que o governo federal não tem de ‘ajudar o Rio’ a combater o narcotráfico armado. É o estado do Rio que está ajudando o governo federal em algo que é compromisso de Brasília”.

 

"Os senhores acham que é fácil deixar um policial de noite no Complexo do Alemão ganhando 970 reais por mês e proibir que ele faça bico? Quando, ao fazer segurança para a elite, ele ganha um terço disso numa noite? Não serei eu que tirarei o bico do PM."

 

"Na Colômbia, expulsaram 15 mil policiais da corporação acusados de corrupção quando decidiram fazer a limpeza nas forças de segurança. Eu perguntei como eles conseguiram fazer isso em tão pouco tempo. ‘Lei de exceção’, me respondeu e. A Secretaria de Segurança tinha o poder discricionário. Suspeitava, acusava, julgava…, e rua."

 

"O governo federal é sócio deste problema. O Rio de Janeiro ficou febril por causa da queda desse helicóptero, mas esse é um episódio de todo um processo, iniciado há décadas e que começou a piorar nos anos 80. Não me venham com a oferta de mais um helicóptero blindado. Porque não existe meia solução. Não estou dizendo que o Exército tenha de cuidar da segurança pública. O Exército precisa cuidar das fronteiras. O que adianta trazer tropas para o Rio?  Se nós todos não nos unirmos e nos mexermos, se não tivermos o apoio do Legislativo e do Ministério Público para que o país enxergue o Rio como é, realmente, esse pessoal virá aqui na janela com o fuzil na nossa cara. Sugiro que a gente faça da queda deste helicóptero nosso 11 de setembro da segurança pública no Rio. Antes e depois."

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