Nas ruas que compõem a malha urbana do Rio, uma história curiosa sempre cerca o nome das principais vias da cidade.
Seja o nome de prefeito, governador, autor ou figura pública, ao longo dos séculos, as mudanças de denominação foram constantes, refletindo não apenas transformações urbanísticas, mas também aspectos culturais, políticos e sociais da cidade.
Atualmente, o município tem mais de 16 mil logradouros públicos, alguns deles imortalizados na memória coletiva, como verdadeiros ícones cariocas. No entanto, poucos sabem que muitos desses nomes já foram alterados inúmeras vezes, desafiando a adaptação dos cariocas e revelando uma trama curiosa.
Um exemplo é a transformação da Rua do Hospício. Conhece? Se você anda pelo Centro do Rio, certamente, já passou por ela. Mas desde 1915, a via se chama Rua Buenos Aires. A mudança ocorreu durante a gestão do prefeito Rivadávia da Cunha Correia. A curiosidade sobre o antigo nome persiste, afinal, por que uma rua sem histórico de hospício foi batizada dessa forma?
A explicação é que a parte de trás da antiga antiga Igreja do Hospício, situada na Rua do Rosário, abrigava uma capela e um albergue, cuja entrada ligava à Rua Buenos Aires. Assim, mesmo sem abrigar um estabelecimento de saúde mental, a rua absorveu o nome da instituição que lhe fazia fronteira. Hoje, a Rua Buenos Aires é uma das vias mais movimentadas do comércio popular do Centro do Rio. Conhecida pela diversidade de produtos eletrônicos
A história da Rua Buenos Aires é apenas um exemplo entre tantos outros que compõem o livro das ruas cariocas. Para os interessados em desvendar os segredos por trás dos nomes das vias, a Prefeitura do Rio disponibiliza o portal Ruas.Rio, uma ferramenta que permite uma imersão na história urbana da cidade.
Por isso, o DIÁRIO DO RIO selecionou as 20 ruas mais conhecidas da cidade para descobrirmos sobre seus nomes no passado:
RUAS ATUAIS | NOMES ANTERIORES |
Rua da Carioca (Centro) | Rua Presidente Wilson, Rua do Piolho e Rua São Francisco de Assis |
Rua do Catete (Catete) | Rua do Boqueirão da Glória |
Rua Paissandu (Flamengo) | Rua Santa Thereza do Catete |
Rua da Alfândega (Centro) | Rua Diogo de Brito, Rua do Governador, Rua Mãe dos Homens, Rua dos Ferradores, Rua Santa Efigênia e Rua do Oratório da Pedra |
Avenida Nossa Senhora de Copacabana (Copacabana) | Rua Copacabana e Rua Bernardo de Vasconcelos |
Avenida Atlântica (Copacabana) | Rua Bento do Amaral, Rua Praia Nossa Senhora de Copacabana e Rua Praia de Cristóvão Colombo |
Rua das Laranjeiras (Laranjeiras) | Rua Professora Estelita Lins |
Rua Conde de Bonfim (Tijuca) | Rua Andaraí Pequeno e Rua Portão Vermelho |
Rua do Ouvidor (Centro) | Rua do Padre Pedro Homem da Costa, Rua Coronel Moreira César, Rua Desvio do Mar, Rua do Barbalho e Rua Aleixo Manoel |
Avenida Rio Branco (Centro) | Avenida Central |
Rua Visconde de Pirajá (Ipanema) | Rua Vinte de Novembro e Avenida Antônio Carlos Jobim |
Avenida Paulo de Frontin (Rio Comprido) | Avenida Rio Comprido, Rua Batista das Neves e Rua da Luz |
Rua Mariz e Barros (Tijuca) | Rua Nova do Imperador |
Rua Primeiro de Março (Centro) | Rua Direita |
Boulevard 28 de Setembro (Vila Isabel) | Rua do Macaco |
Rua Siqueira Campos (Copacabana) | Rua do Barroso |
Rua do Russel (Glória) | Rua Praia de Pedro I |
Rua Riachuelo (Lapa) | Rua de Mata Cavallos, Caminho da Bica, Caminho de Mata Cavallos e Rua Azinhaga de Mata Cavallos |
Avenida Passos (Centro) | Rua da Lampadosa |
Uma correção: Estelita Lins foi um PROFESSOR, não uma professora.
lembrando que “hospício”, no contexto da igreja, não significava o hospício que conhecemos atualmente, não era local de internação de “doidos”. hospício significava “abrigo”, “descanso” para viajantes, “repouso” e – depois – “hospital” para tratamento de doentes, como são os de hoje; uma “clínica médica”. já que cirurgias eram realizadas por barbeiros, os famosos “barbeiros cirurgiões”.
A Antônio Carlos Jobim não havia sido pra substituir a Vieira Souto e não pegou? Eu trabalhei em Ipanema na época desse embate.