O dia 09 de janeiro de 1822 está marcado para sempre na história não somente do Rio de Janeiro, mas do Brasil como um todo. Na referida data, isto é, há exatos 200 anos, Dom Pedro I, à época ainda príncipe regente, anunciou a todos, da sacada de uma das janelas do Paço Imperial, na Praça XV, região central da capital fluminense, que permaneceria em território brasileiro em vez de retornar a Portugal, seu país de origem. Ele havia sido convocado pelas Cortes Portuguesas a retornar à terrinha.
Neste dia, proferiu a icônica frase ”Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico”, e o acontecimento ficou para sempre conhecido como ”Dia do Fico”. Inclusive, deu-se bem ali no Largo do Paço, pertinho da sede do DIÁRIO DO RIO, que já circulava – impresso – desde 1821.
Filho do rei português Dom João VI, Pedro I chegou ao Brasil junto à Família Real em 1808, à época com 10 anos de idade. Em 1815, o governo Joanino – como era conhecida a gestão de Dom João – elevou o país verde e amarelo, até então uma colônia, à categoria de ”Reino Unido de Brasil, Portugal e Algarves”.
No entanto, em agosto de 1820, eclodiu em Portugal a famosa ”Revolução Liberal do Porto”, que culminou na instauração de uma monarquia constitucional baseada nas Cortes Constituintes (Parlamento), obrigando, assim, toda a corte portuguesa que ocupava o Brasil a retornar à terra lusitana.
Sendo assim, Dom João VI acatou o chamado e retornou, mas deixou seu filho ocupando o cargo de príncipe regente no Brasil. Posteriormente, ao longo de 1821, cresceu entre as cortes o desejo de fazer o território brasileiro voltar a ser colônia e, consequentemente, de trazer de volta Pedro I, que depois seria nosso primeiro imperador – e, depois disso, ainda, Rei de Portugal.
Acontece que, contrariando as ordens vindas do país europeu, Pedro optou por ficar em solo tupiniquim, mais precisamente no Rio de Janeiro, anunciando oficialmente sua permanência em 09 de janeiro de 1822. Esse fato, inclusive, é considerado o pontapé de partida para a Independência do Brasil, ocorrida em 07 de setembro do mesmo ano. Se a chegada da família real em 1808 foi o embrião da civilização Brasileira, o ”Dia do Fico” foi o seu nascimento.
Passados 200 anos do ”Dia do Fico”, se aproxima o bicentenário da Independência. Comemorações já estão sendo planejadas para a efeméride, e o Rio de Janeiro deve ser o centro destas celebrações dos 200 anos de Independência do Brasil.
De acordo com Paulo Cesar Protasio, que é o diretor da Autoridade do Desenvolvimento Sustentável, órgão criado pelo governador Cláudio Castro, o Rio já está se preparando para esse momento histórico.
“O Rio de Janeiro está pronto e esperando apenas pela nossa iniciativa. Ninguém no mundo poderia construir o que os 200 anos nos trouxer[ram]. A Baía da Guanabara é a raiz de todos os eventos de 92 para cá, além dos museus históricos, [de] arte e de educação com suas estruturas, que se caracterizam como da época do Brasil Império e depois República. Apresentaremos em breve a trajetória dos locais que poderão ser abordados”, disse Protasio ao jornal Diário do Porto.
A Família Imperial Brasileira comemorou hoje, com um evento de aclamação aqui no Rio, o grande evento do dia 09 de Janeiro. O evento teve a presença de diversas pessoas ligadas ao movimento monárquico brasileiro. Nele, o Chefe da Casa Imperial, Príncipe D. Luís de Orleans e Bragança, foi representado por seu irmão, D. Fernando. Ao contrário do que muitos pensam, a Casa Imperial Brasileira ainda existe como entidade, mesmo após a queda da monarquia. O mesmo ocorre em todo país que já foi monárquico (a França, por exemplo, tem três Casas Reais, a de Bourbon, a de Orleans e a Napoleônica – no Brasil há apenas uma pois apenas uma família reinou por aqui).
O príncipe Rafael de Orleans e Bragança fez um comunicado oficial sobre o ”Dia do Fico”, que pode ser assistido abaixo.
