Dani Monteiro: Todos os holofotes à visibilidade lésbica

Dados recentes sobre violações de direitos contra a população lésbica no Brasil são alarmantes. Entre 2015 e 2022, houve um aumento de 50% nos casos de violência contra lésbicas, com os registros subindo de 1.721 para 3.478, conforme o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan)

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Dani Monteiro será a presidente da Frente. Foto: Rafael Wallace/Alerj

Nesta semana, no dia 29, celebramos o Dia da Visibilidade Lésbica, data que exaltamos o amor, a resistência e a luta por direitos iguais. É um momento que não apenas honra as conquistas da comunidade lésbica, mas também nos lembra dos desafios contínuos que enfrentamos enquanto sociedade. Em um mundo onde o preconceito ainda está profundamente arraigado, precisamos nos unir e promover um ambiente justo, inclusivo e acolhedor para todas. A sexualidade feminina sempre foi alvo do controle social por mecanismos do patriarcado. A população lésbica não fica de fora das garras do machismo e sofre com diversas mazelas trazidas por uma heteronormatividade posta como regra, que auxilia na repressão e silenciamento de mulheres que amam outras mulheres. 

Dados recentes sobre violações de direitos contra a população lésbica no Brasil são alarmantes. Entre 2015 e 2022, houve um aumento de 50% nos casos de violência contra lésbicas, com os registros subindo de 1.721 para 3.478, conforme o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan). Já de janeiro a agosto de 2023, foram contabilizadas 5.036 violações contra pessoas lésbicas, representando cerca de 24% dos crimes cometidos contra a população LGBTQIA + no período, segundo o Painel de Dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. A maior parte dessas violações ocorre em ambientes familiares e comunitários, sendo os agressores predominantemente pessoas de cor branca, entre 35 e 44 anos. Estamos falando de vidas que podem ser perdidas por mero preconceito. 

Como deputada estadual do Rio de Janeiro e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (CDDHC) da Alerj, comprometida com a luta pelos direitos LGBTQIA +, acredito que a mudança começa com educação e conscientização. Precisamos implementar políticas públicas que garantam segurança e direitos para todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. A educação inclusiva nas escolas, o treinamento de profissionais de saúde e o fortalecimento das leis de proteção são passos fundamentais para a construção de um ambiente mais acolhedor. É essencial que essa população tenha amplo acesso a direitos e oportunidades, principalmente quando falamos de saúde pública, moradia, emprego e renda.

Esta data não deve ser só mero detalhe num calendário. A visibilidade lésbica é uma questão de vida ou morte para muitas mulheres que enfrentam o preconceito diariamente. Não podemos permitir que o amor seja uma razão para o ódio. Então, faço um convite a todas e todos: vamos refletir sobre a importância do amor e da igualdade. Devemos ser aliados na luta contra o preconceito e na promoção de uma sociedade onde todas as pessoas possam viver com dignidade e respeito. Já passou da hora de nos unirmos e construirmos um mundo onde o amor seja celebrado, não condenado.

Que o Dia da Visibilidade Lésbica nos inspire a continuar lutando por um futuro onde todas as formas de amor sejam reconhecidas e celebradas. Que todas possam realizar seus sonhos e expressar seus desejos, livres de toda forma de lesbofobia, racismo, machismo, elitismo e transfobia.

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