As Nunciaturas Apostólicas existentes em todos os Países que mantém reações Diplomáticas com o Estado do Vaticano (Santa Sé) equivalem a Embaixadas onde o equivalente ao Embaixador é chamado de Núncio. Indicado pelo Papa, o Núncio Apostólico é sempre um Bispo ou Arcebispo que tenha feito carreira na Academia Pontifícia, o equivalente ao nosso Instituito Rio Branco, um escola de diplomacia e embaixadores.
Até 2020, o inesquecível e carismático Dom Giovanni D´Aniello era o Núncio Apostólico no Brasil, na Nunciatura sediada em Brasília. Ele foi transferido para a Rússia mas deixou saudade por sua amabilidade, carisma, simpatia e disposição para ouvir argumentos de consagrados e leigos. Para substituí-lo, Sua Santidade Papa Francisco nomeou o Arcebispo Dom Giambattista Diquattro
Diquattro nasceu em 18 de março de 1954, em Bolonha. Em 24 de agosto de 1981, foi ordenado sacerdote na Igreja Catedral de San Giovanni Battista, em Ragusa, para o clero secular da diocese de Ragusa. Em 2 de abril de 2005, São João Paulo II o nomeou Núncio Apostólico no Panamá e lhe designou a Igreja Titular de Giru Mons. Ele recebeu a Ordenação Episcopal em 4 de junho de 2005 na Igreja Catedral de San Giovanni Battista em Ragusa. Em 21 de novembro de 2008, o Papa Bento XVI o transferiu para a Nunciatura Apostólica na Bolívia. Em 21 de janeiro de 2017, o Papa Francisco o designou para a Nunciatura Apostólica na Índia e no Nepal. Em 29 de agosto de 2020, o Papa Francisco o transferiu para a Nunciatura Apostólica no Brasil.
Como ensina Dom Alfio Rapisarda, Nuncio Apostólico no Brasil de 1992 a 2002: “O Representante Pontifício não é um observador passivo e nem mesmo somente um embaixador empenhado a executar um plano imposto do exterior. É, ao contrário, o protagonista ativo, o artífice operoso de uma representação que diremos total, enquanto a sua missão deve adequar-se e até mesmo identificar-se com aquela do Papa […]. Essa assume os grandes temas conciliares, movendo da renovada visão da eclesiologia, no justo ordenar-se do ofício dos pastores das igrejas particulares com aquele do pastor da Igreja universal”
Semana retrasada, Sua Excelência, o Núncio Apostólico Dom Gianbattista Diquatro, veio fazer sua primeira visita a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, uma das mais importantes do mundo, Governada com responsabilidade e amor por Dom Orani João, Cardeal Tempesta, um dos mais relevantes nomes da atual formação do Colégio Cardinalício. Recebido no Aeroporto por Sua Eminência, Dom Orani, que se fazia acompanhar pelo Monsenhor André Sampaio de Oliveira, ex Diplomata da Santa Sé, fluente em Italiano e habituado ao serviço diplomático da Santa Sé, o Núncio cumpriu extensa agenda. Celebrou Missa ao vivo pela Rede Vida de Televisão direto da Capela do Palácio São Joaquim, residência Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, visitou o Cristo Redentor, reuniu-se com Dom Orani Tempesta, reuniu-se com os Bispos da regional Leste 1 da CNBB e presidiu uma Missa Solene na Catedral de São Sebastião, retornando a Brasília no domingo à tarde.
Aqueles que estiveram próximo do Núncio como o Monsenhor Andre Sampaio e o próprio Cardeal Tempesta tiveram as melhores impressões sobre ele. Segundo apuramos, Dom Gianbattista tem uma grande vivência religiosa, é um profundo conhecedor da Igreja no Brasil e um homem firme e acolhedor, bem ao estilo do Papa Francisco.
Os fiéis presentes na Missa na Catedral encantaram-se com a simpatia do Núncio que também pode ser chamado de representante do Papa. É o Núncio que conduz as diretrizes pontifícias, cuida de processos de nomeações, delibera até seu limite questões ligadas a Igreja, dentre tantas funções.
O que o Brasil espera de seu Núncio é que ele seja justo, procure não dar ouvidos àqueles que por maldade tentam difamar, caluniar ou injuriar os representantes ungidos de nossa Santa Igreja Católica. Se espera dele exatamente a postura que demonstrou ter, ser antes de tudo um homem de Deus próximo ao povo de Deus, os fiéis Católicos.
A visita do Núncio ao Rio de Janeiro foi uma honra para a Arquidiocese e temos certeza encheu de alegria e contentamento o Cardeal Orani João Tempesta. Que ele fique conosco por muitos anos e como o Cristo Redentor de braços abertos para o Brasil ele esteja de braços abertos para acolher aqueles que verdadeiramente trabaham pela Igreja como homens de Deus que são.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.