A Igreja Greco-Melquita Católica é uma Igreja católica oriental cuja sede do Patriarcado fica localizada em Damasco, na Síria, estando em plena comunhão com a Sé Romana (hoje ocupada pelo Papa Francisco). Conta com cerca de 1,6 milhão de fiéis, tanto em seus territórios tradicionais do Oriente Médio (Síria, Líbano e Egito) como espalhados pelo mundo, em locais onde ocorreu imigração sírio-libanesa. É uma das 23 Igrejas católicas orientais em plena comunhão com o Papa.
Seu Patriarca atual é Sua Beatitude, Youssef Absi. Assim como o Papa é chamado de “Sua Santidade”, os Patriarcas católicos orientais recebem o título de “Sua Beatitude”.
Está presente no Brasil por meio da Eparquia de N. Sra. do Paraíso, com sede em São Paulo. A Catedral de N. Sra. do Paraíso, no bairro do Paraíso, em São Paulo é a Sé Greco Melquita no Brasil. A palavra “Eparquia” é equivalente ao termo “Diocese”. Além da sede em São Paulo, possui comunidades espalhadas pelo Brasil em Fortaleza (CE), Juiz de Fora (MG), Rio de Janeiro (RJ), Taubaté (SP) e Lins (SP).
Além do uso do português (língua local), são utilizados também o árabe e o grego nas celebrações, recordando as raízes sírias desta Igreja (língua árabe), bem como o fato de que o rito celebrado teve origem na cidade de Bizâncio ou Constantinopla (atualmente, Istambul), onde o idioma usado era o grego. O atual Bispo greco-melquita católico para todo o Brasil é S. Exa. Revma. Dom George Khoury, cidadão sírio naturalizado brasileiro.
No Rio de Janeiro, está presente por meio da Paróquia de São Basílio e N. Sra. do Perpétuo Socorro, fundada em 1941, localizada na Rua República do Líbano, n. 17, no centro da cidade. Foi construída na área de comércio popular conhecida como SAARA em razão de que, historicamente, foi grande a concentração de imigrantes sírios e libaneses nessa área, desenvolvendo atividades de comércio varejista. Até hoje, a área do SAARA é um dos principais polos de comércio popular no Rio de Janeiro, contando ainda com expressiva presença de comerciantes descendentes de sírios e libaneses.
O responsável pela paróquia, atualmente, é o próprio Bispo Dom George Khoury, que foi seu pároco por quase vinte anos antes de ser nomeado Bispo pelo Papa Francisco em 2019. Em suas ausências, responde pela paróquia o Diácono Vítor Pimentel Pereira, brasileiro, que se integrou plenamente à Igreja Greco-Melquita Católica, tendo aprendido o rito e o canto em árabe e grego em uso nas celebrações. Os diáconos são também clérigos e ministros sagrados da Igreja Católica, no primeiro grau do sacramento da Ordem, podendo assistir a matrimônios, celebrar batismos, funerais e bênçãos (tais como bênção de água, de casas, automóveis, imagens religiosas etc.), distribuir a Eucaristia e pregar a palavra de Deus (homilia) nas celebrações.
Com a procura cada vez maior da paróquia do Rio de Janeiro por fiéis brasileiros (e não apenas pela comunidade original árabe), a paróquia realiza hoje um trabalho bi-ritual, tanto no rito romano a que os brasileiros estão acostumados, como no rito oriental bizantino. A acolhida a todos, brasileiros e árabes, é feita com todo carinho e sem distinção, tanto pelo Bispo sírio naturalizado brasileiro como pelo diácono brasileiro, expressando a comunhão e unidade da Igreja Católica, que ultrapassa línguas e nacionalidades no serviço ao Povo de Deus.
Vitor Pimentel Pereira é casado com Mariana, tem dois lindos filhos, é um Advogado brilhante e especializado em Direito Canônico pela Universidade de Buenos Aires. O Diácono Vitor é como dito um membro do Clero, gozando de todas as prerrogativas inerentes aos que integram o Sacramento da Ordem. Existe a real possibilidade de que no próximo ano, o Diácono alcance o 2º grau do Sacramento da Ordem sendo ordenado Presbítero (equivalente a Padre). No Rito Greco-Melquita é plenamente possível que seus Sacerdotes sejam casados, o que ocorre tanto no Brasil quanto no mundo. Feitas estas considerações explicativas sobre a importância desta histórica e tradicional Igreja que vive em comunhão com o Papa de Roma, Sua Santidade, Francisco, permito a fazer algumas considerações sobre nosso querido Diácono Vitor Pimentel Pereira.
Tive a honra de conhecer o Diácono Vitor em minha investidura em uma ordem religiosa de leigos que fazemos parte. Vitor foi um dos primeiros “confrades” com os quais tive afinidade. Nascia ali uma grande amizade e um grande respeito. Tornamo-nos amigos ao ponto de poder conversar com ele sem reservas ou receios. Espantava-me ver um jovem e brilhante Advogado ter tanto conhecimento sobre o direito Canônico, sobre os ritos, liturgias e outros detalhes da Igreja. Em comum temos a grande amizade que nutrimos por nosso Grão Prior e Prior, respectivamente Cardeal Arcebispo Dom Orani João Tempesta e Monsenhor André Sampaio.
É alentador ver como um jovem da estirpe de Vitor abraçou e segue nos braços da Santa Igreja. Foi uma alegria vê-lo ser feito Diácono no ano passado e ter a expectativa de vê-lo Sacerdote no próximo ano. Fluente em vários idiomas e do textos riquíssimos, Vitor enriquece a Igreja Greco-Melquita, gozando da inteira confiança de seu Eparca e de seu Cardeal. Aluno do Colégio Santos Anjos, onde também tenho estreitas ligações, Vitor vem criando sua bela família a luz dos ensinamentos da Igreja e com fé inabalável no Cristo, Salvador e Redentor da humanidade.
Não pairam dúvidas que a ordenação de Vitor como Diácono foi de grande valia para os Greco-Melquitas do Rio de Janeiro. É um Clérigo de retidão indiscutível, de inteligência privilegiada e que só vem a somar para esta importante Igreja.
Muitas pessoas que são muito ligadas à Igreja e sequer integram o Clero sentem-se mais importantes que as próprias autoridades Eclesiásticas, esquecem-se que só elas tiveram suas mãos ungidas e portanto tem legitimidade Canônica na Igreja. O querer ser e o crê que já se é vai a distância entre o sublime e o rídiculo. Vitor não crê que é, ele é e é também uma pessoa sublime com quem se conversa horas a fio sem se cansar, que não tem linguajar rebuscado, que não redige textos enjoados e principalmente que não está apegado a tradições e regras que não existem.
A Reverendo Diácono Vitor Pimentel Pereira toda a minha amizade, respeito e fraterna amizade. Que seu trabalho como Diácono frutifique e que sua luz ilumine os caminhos dos Greco-Melquitas no Rio de Janeiro.