Dauro Machado: Quer conhecer o caráter de uma pessoa? Dê a ela algum poder

Colunista do DIÁRIO DO RIO opina sobre posição de poder

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Capa do livro ''Os Escritos de Meu Prior'' - Foto: Divulgação

Como os leitores sabem, fui compilador de 100 escritos do Monsenhor André Sampaio, Vigário Episcopal da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Tais escritos foram juntados e se tornaram o livro ”Os Escritos de Meu Prior”. Preparado, abençoado e sintonizado com Deus, Monsenhor em suas redes sociais segue escrevendo textos que nos levam a refletir. Já penso até em publicar até o final do ano um segundo volume.

Deparei-me agora com o texto abaixo, que fala sobre o caráter de uma pessoa quando esta, por qualquer circunstância, recebe ou ”cava” alguma posição de poder. Com a devida licença do autor do texto que deve ser lido e refletido, republico-o em nesta coluna afinal quem de nós não conhece alguém que muitas vezes ante a um pequeno poder (?) não passa a se julgar superior e maior do que realmente é. Leiam o texto com atenção:

”O pensamento é atribuído a Abraham Lincoln, mas não há provas que confirmem essa autoria. Acredita-se que o pensamento seja uma variação do trecho de um ensaio publicado por Robert G. Ingersoll em 1885.

O abusador é alguém que faz mau uso do poder que tem ou imagina ter. A síndrome do pequeno poder é um transtorno de comportamento individual que mina as relações sociais e pode esfacelar qualquer chance de estabelecimento de convivência em detrimento da satisfação de um indivíduo arrogante, autoritário e abusivo.

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A síndrome do pequeno poder é um transtorno de comportamento individual que mina as relações sociais e pode esfacelar qualquer chance de estabelecimento de convivência em detrimento da satisfação de um indivíduo arrogante, autoritário e abusivo.

Pessoas acometidas por essa síndrome costumam ter autoestima extremamente prejudicada, sendo levadas a ter a necessidade de humilhar o outro na tentativa de cessar um sentimento de menos-valia. Diminui-se o outro para se sentir maior.

A astúcia do falso é tanta que normalmente ele se esconde atrás de uma máscara de bondade para poder mentir e enganar as pessoas de boa fé. Outros alimentam esse poder doentio para também manterem um status hipócrita! É triste constatar! Me dói saber que a bondade é praticada por obrigação, pelo medo de uma punição ou pelo simples fato de obter a gratidão.

A outra face doentia é o falso altruísmo. Há sempre uma motivação ruim por trás de tanta bondade e preocupação com o outro. Sua filantropia e simpatia forçada são uma farsa para benefício próprio, que devem sempre ser publicadas e elogiadas, para saciar um ego extremamente doente! Infelizmente, em muitos casos, não adianta insistir, porque, para falta de caráter, ainda não inventaram remédio.

Autoridade é um bem que se conquista, é fruto do reconhecimento de uma habilidade desenvolvida, de um esforço empenhado, de um desempenho de papéis que explicita a competência. Autoridade depende da anuência do entorno.

Lidar com uma pessoa tomada pela síndrome do pequeno poder é dificílimo, essa pessoa tem enorme dificuldade de estabelecer limites de convivência. Uma vez que ela tenha enxergado no outro uma ameaça ao seu suposto poder, ela não medirá ações ou modos para fazer valer a sua ilusória ”autoridade”.

O poder verdadeiro emana do saber pois, quanto mais sabemos sobre algo, mais poder teremos sobre isso. E tudo o que estiver envolvido nesse saber depende do caráter ético e moral de quem o possui. Depende. Depende da importância social daquilo que se sabe, do que vai ser feito com esse saber; depende ainda de como e com quem esse conhecimento será partilhado.

As relações de poder na atualidade constroem-se a partir de uma rede complexa de relações. O modelo de hierarquia sólida, que já funcionou tão bem em outros momentos históricos, hoje não funciona mais. Ainda bem! E o indivíduo com visões distorcidas de poder não conta com recursos para perceber e gerir essa mobilidade.

O conhecimento foi incrivelmente democratizado graças ao desenvolvimento tecnológico. Qualquer pessoa, dotada da capacidade de ler e compreender o que lê, tem acesso a uma infinita variedade de informações, sejam elas relevantes ou fúteis. Nunca foi tão fácil satisfazer uma curiosidade ou interesse de aprendizagem sobre o que quer que seja.”

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Jornalista, especialista em assessoramento e cerimonial público, Bacharel em Direito, publicitário e Radialista. Também tem formação em Assessoria de Imprensa e relações institucionais, além de editor de jornais, livros, revistas e outras publicações
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