O filme-espetáculo “De Piaf a Elis: música e dança flamenca no cinema” teve sua première para convidados realizada na última segunda-feira (26), no Estação Net Rio, em Botafogo, na Zona Sul da capital. Com direção de Elissandro de Aquino, a obra é uma travessia de fronteiras culturais entre os universos da música brasileira e francesa através das canções interpretadas por Edith Piaf e Elis Regina. O trabalho foi idealizado por Luciano Câmara, Renata Chauvière e pela bailarina franco-israelense Sharon Sultan, que procuraram unir a força da música à dança flamenca.
A montagem entrou em cartaz em 2017, no Teatro Maison de France, no Centro, e na Sala Municipal Baden Powell, em Copacabana, com lotação esgotada. A pandemia, no entanto, impôs uma readequação do trabalho, que ultrapassou o teatro, ganhando uma abordagem cinematográfica.
O diretor Elissandro de Aquino explicou que a conversão de uma linguagem teatral para uma cinematográfica durante o período pandêmico impôs alguns desafios, que demandaram dos participantes uma forte capacidade de enfrentar os medos daquele momento.
“Entramos em estúdio com todas as precauções e seguranças de um período em que se relacionar poderia ser nocivo. Havia um misto de emoção: uma alegria, uma esperança de um retorno, mas ao mesmo tempo, medo. O que, de alguma forma está impresso no filme. Produção e direção partiram para reuniões virtuais e formataram o projeto. O primeiro encontro, com a equipe do Brasil, se deu no estúdio onde foi feito o registro para o cinema. A parte coreografada foi filmada no ateliê do cenógrafo e artista plástico Sergio Marimba, no Rio Comprido. O espaço se tornou uma instalação para as performances das bailarinas que dançam as músicas: “Fascinação”, “La Vie en Rose”, “Me Deixas Louca”, “Ne me quitte pas”, “Atrás da Porta”, “L´accordeoniste”, “Dois pra lá Dois pra cá”, “Hymn a l’amour”, “Non, Je ne Regrette Rien” entre outras, e ganham versões inéditas ao assumir peculiaridades do flamenco, que em 2010 recebeu o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco”, disse Aquino, conforme reportou o site Click on Dance.
O diretor musical “De Piaf a Elis”, Luciano Câmara, ressaltou o caráter intenso da dança flamenca, que passeia por emoções como agressividade e suavidade, amor e solidão, alegria e desespero; oscilações que se aproximam não só do repertório de Edith Piaf e Elis Regina, como das suas próprias personalidades.
“O flamenco abarca em seu canto, toque e dança tanto a alegria quanto o desespero, tanto a agressividade quanto a suavidade, tanto o amor quanto a solidão. Temas igualmente presentes nas canções de Edith e de Elis. Uma novidade foi a inclusão da música “Onze Fitas”, canção de Fátima Guedes em diálogo com “Menino” de Ronaldo Bastos e Milton Nascimento. Esse encontro incomum e inusitado abre brechas para explorar caminhos sensoriais, revisitar a pátria num projeto híbrido composto por pintura em cena aberta, cordas, acordeon, vozes, percussão, além de castanhola e sapateado flamenco”, disse Luciano Câmara.
Nesta quinta-feira (29), acontecem as sessões abertas ao público às 13h e às 18h, na Sala Mário Tavares, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com ingressos por R$40 (inteira) e R$20 (meia) através da plataforma Sympla. A classificação é livre.
A Sala Mário Tavares (anexo do Theatro Municipal) fica na Avenida Almirante Barroso, 14/16, no Centro.
Com informações: Click on Dance (Imagem da capa) / Crédito das Fotos: Jenny Tavares