O Hotel Arena, na orla de Copacabana, com sua fachada espelhada e moderna, tenta passar a imagem de um hotel luxuoso no bairro mais famoso e turístico do país. Seu elegante letreiro vermelho e amarelo, e os detalhes cromados de sua elegante frente para a praia urbana mais emblemática do mundo, conta uma parte da história do turismo e da hotelaria brasileiros. Sucessor do histórico Trocadero Hotel, na esquina da rua Paula Freitas com a Avenida Atlântica, integra uma das principais redes cariocas, com quartos e suítes em Ipanema, Copacabana e Leme. Mas o contraste do belo hotel – que tem como um dos sócios o influente presidente da Associação Brasileira da Industria Hoteleira (ABIH) – com a situação a que se deixou chegar a princesinha do mar é hoje um símbolo da crise do turismo na cidade maravilhosa.
Na noite de ontem, a equipe de reportagem do DIARIO DO RIO fez uma caminhada pela orla da Avenida Atlântica. Encontramos turistas de todas as nacionalidades; só uma sorveteria na avenida da praia quase esquina da rua Bolívar, tinha estrangeiros de nada menos que 8 nacionalidades. Mas, andando do posto seis em direção ao Leme, o que vimos após atravessar a rua Constante Ramos foi o mais absoluto caos. Fezes, urina, mendigos que em plenas 11 horas da noite tinham relações sexuais em frente ao famoso Edifício Camões, e , conforme nos aproximávamos da Siqueira Campos, já não parecia mais o ponto mais turístico do Rio, e sim um daqueles países mergulhados no mais profundo caos e pobreza. Colchões borrados de fezes e dezenas de moradores de rua usando drogas são a tônica já nas proximidades do famoso Hotel Marriott.
A situação é tão grave que vimos esqueletos de TVs destruídas e até mesmo um sofá imundo – o odor de urina vinha de longe – jogado no meio da rua em frente ao prédio da Avenida Atlântica, 2112, contrastando ao fundo – foto principal da reportagem – com o bonito Hotel Arena, um investimento de dezenas de milhões de reais em meio ao mais absoluto caos urbano e descaso. “Nunca imaginei que Copacabana se tornaria este lixão a céu aberto”, diz Helena de Gusmão, moradora do bairro há 45 anos. Mas não são só os históricos moradores de Copa que se queixam: “me mudei pra cá do Grajaú, e tive que comprar um carrinho pra passear com meus cachorros. Não quero que pisem no chão, que já está encruado de tanto fedor e da urina e fezes dos mendigos que transformaram a frente dos prédios e hotéis de luxo em um lamaçal fétido”, dispara Oleir Silvano de Menezes, recém chegado ao bairro.
E os turistas também ficam espantados. Um casal de estrangeiros que encontramos na porta do Hotel Arena titubeava sobre passear na orla. Também se chocaram com a imagem do sofá imenso de três lugares largado bem na calçada projetada por ninguém menos que Roberto Burle Marx, o grande paisagista e artista plástico. Tombada, a bela calçada tem recebido muitos consertos por parte da prefeitura no último mês, mas a desordem pública, o fedor, e o descaso pelo turismo ainda imperam.
Ninguém é mendigo porque gosta. População de rua não é um problema exclusivamente carioca, tampouco de Copacabana. Essa questão não será resolvida pela remoção compulsória. A mendicância é uma ocorrência que se reproduz e se origina na carência de oportunidades que o Poder Público proporciona a esses indivíduos.
Problemas do Cidadão de Bem. Toda ação tem uma reação.
Não é irônico que de frente para um cobertura de milhões na orla de Copacabana tenha um sofá, mendigos fazendo suas necessidades básicas e usuários de drogas.
Sintomático.
Onde está a gentalha que defende os menos favorecidos?
Está na hora dessa escória começar a levar os pobrezinhos para suas casas…
Infelizmente, a Prefeitura não pode tirar essas pessoas da rua à força, se elas não quiserem.
Leis de esferas superiores proíbem qualquer avanço nessa área. ?
Só vimos o sofá. Cadê as dezenas de usuários de drogas fazendo sexo explícito?
Copacabana é um pardiero há 40 anos, é provavelmente o bairro no qual se nota com mais veemência a decadência da cidade como um todo. “Ai, mas e o turismo?” Honestamente o carioca já cansou desse papinho provinciano que justifica gastos nababescos para “ordenamento urbano” enquanto na parte em que a maioria dos cariocas vive nada é investido. Cidade boa pro turista e ruim pro cidadão? Que os usuários de droga e pessoas em situação de rua permaneçam defecando e transando em locais turísticos… Muito esforço pra uma atividade econômica que nao gera nem 5% do pib da cidade …Talvez a ausência de investimento nas demais áreas seja justamente uma das causas do aumento da indigência…