Reduto do calçadão mais famoso do Rio, Copacabana hoje se tornou um desafio para pedestres. Sejam em calçadas de concreto ou de pedras portuguesas, remendos feitos por operadoras de telefonia como a Vivo e Claro vem causando transtorno pelo desnível e acúmulo de buracos que foram gerados após as empresas instalarem estruturas subterrâneas como fibras ópticas ou demais tipos de manutenção. As calçadas do bairro estão sendo arruinadas.
O problema ainda é pior quando se analisa o perfil do bairro, que tem a maior concentração de idosos da cidade e ainda contém hospitais diversos, que atendem também pessoas com necessidades especiais. A cadeirante Rachel Guimarães, de 52 anos, disse que costuma se arriscar andando pela rua devido às crateras do calçamento de ruas como a Avenida Nossa Senhora de Copacabana. “As histórias de tombo são constantes. Vai estragar minha cadeira e ninguém vai me dar outra, a que eu preciso para me locomover. É horrível”, desabafa.
Comerciante na Rua Siqueira Campos, próximo ao metrô, Ednaldo Silva, de 40, destaca que nunca viu ninguém tentar resolver. “Está esburacado e escrito ‘Provisório’. Mas, estou aqui há meses e já acho que esse provisório virou permanente ou até alguém cair por causa dos buracos”, adverte.
O trecho com grafia de “Provisório” que Ednaldo se refere começa no número 552 da Nossa Senhora de Copacabana e sobe pela esquina da Siqueira Campos, até a frente da Caixa Econômica Federal, que também conta com grande movimento de pessoas como idosos. Mas, há caos espalhado desde a altura da Rua Bolívar à chegada ao Leme. Tudo obra da incompetência das operadoras e seus empreiteiros.
Enquanto a lanchonete onde trabalha a supervisora de loja Francisca Silva já fez reforma para tornar o acesso ao meio da rua e ao estabelecimento compatíveis com os níveis legais de acessibilidade, uma emenda elevada no meio do caminho é motivo de queixa. “Eles fazem isso em dia que a loja não está aberta, só que é perigoso para quem anda nas calçadas. Ainda colocam ‘Provisório’, mas que ninguém vem acertar até agora”, contesta. Não é incomum deixarem cimento fresco e mal aplicado sem nenhum tipo de aviso.
Operada do joelho há sete meses, a aposentada Lídia Chagas adota a bengala apenas para garantir que não vai se acidentar na travessia da Barata Ribeiro à Nossa Senhora de Copacabana pela Siqueira Campos. “Já era para eu ter me livrado, mas há partes que a calçada é estreita e só de buracos. Arrebentaram tudo. Virou terra de ninguém”, revolta-se.
Procurada, a assessoria da Vivo informa que as obras mencionadas na reportagem visam ampliar a rede de fibra ótica e oferecer o melhor serviço aos moradores e clientes na região. A companhia ressalta que as equipes seguem no bairro para finalizar o trabalho no menor tempo possível. ”É assim, vocês vão ver, eles têm a mesma pressa pra responder que têm pra consertar o que seus empreiteiros incompetentes fazem”, alfineta Francinete Barros, moradora da Barão de Ipanema.
Em nota, a Claro nega que tenha feito construção de galerias subterrâneas que afetem as calçadas no bairro e apenas disponibiliza um canal de atendimento via seu site para reclamações. “Destrói as calçadas fisicamente, mas quer receber as reclamações só online”, diz o subsíndico Adriano Nascimento.
A Secretaria Municipal de Conservação informa que as empresas têm a obrigação de recompor a calçada de acordo com as condições originais e de entregar as obras dentro do prazo estabelecido. Em caso de descumprimento, a Conservação notifica e multa os responsáveis pelas intervenções. Para reclamações, a Prefeitura disponibiliza o telefone 1746.
mas a prefeitura tá preocupada com asfalto liso os pedestres idosos q se quebrem
Isso está sendo uma problema endêmico em todo o Rio de Janeiro. A Tijuca está destruída da mesma forma. Aqui o culpado é a Águas do Rio.
Aplica uma alta multa por cada poste,que elas irão tomar responsabilidades rapidinho.
A empreiteira contratada da Vivo esburacou Copacabana inteira e não refaz o serviço como deveria ser feito. Até o asfalto eles abrem e não tapam. Fiz reclamações no 1746 e para a empreiteira MLR mas nada fazem. Parece q falta fiscalização. Se multas fossem lavradas e não abonadas depois, correriam para finalizar o serviço. Enfim, falta carinho e respeito.