A despoluição da Baía de Guanabara é assunto que, recorrentemente, é lembrado. As águas sujas afetam negativamente varias pontos da saúde do carioca, e, até mesmo, o bolso quando o assunto é venda de imóveis. Mas, de acordo com o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi Rio), Pedro Wähmann, em entrevista ao Diário do Porto, a despoluição, quando for totalmente efetivada, será um fator que vai impulsionar a valorização imobiliária no seu entorno, ao mesmo tempo em que irá melhorar a qualidade de vida dos moradores próximos e impulsionar o turismo.
Caso o projeto seja cumprido, segundo Wähmann, as maiores oportunidades serão na área de lazer. “A despoluição da Baía de Guanabara melhorará a qualidade de vida no Rio. A Baía é linda, e seria mais um polo de lazer e até de atração turística”, disse o presidente do Secovi Rio.
Mas, como nem tudo são flores, ele relembrar e ressalta sobre o desafio de despoluir a Baía de Guanabara, que já se arrasta há quase 30 anos, e o seu sucesso depende da mobilização dos moradores do entorno. “Precisa ser uma exigência da população do Rio. Depende de tempo e vontade política”, afirmou.
Ele lembra, ao Diário do Porto, que o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) foi concebido no início da década de 90, e desde então passou por inúmeros obstáculos que impediram avanços significativos.
De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), quase cem toneladas de lixo são despejadas na baía todos os dias
Polo turístico
Em 2019, planos para resgatar este potencial foram discutidos pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), junto ao Instituto Niemeyer, os Ministérios da Cidade e do Turismo e a Prefeitura do Rio. Os planos exploravam as possibilidades de atividades econômicas na Baía, como as relacionadas ao segmento turístico. Um levantamento do Movimento Baía Viva indicou, em 2018, que o descaso com a poluição causa prejuízos na saúde, no turismo e no transporte para o Estado, estimados na época em cerca de R$ 50 bilhões ao ano.
Planos incompletos
Em 2016, nos compromissos assumidos para os Jogos Olímpicos, o Governo do Estado do Rio prometeu despoluir 80% da Baía, cujas águas vêm de 17 municípios da região metropolitana. O objetivo nunca foi cumprido.
Resultados tímidos
Desde 2021, o saneamento da Baía de Guanabara está sob responsabilidade da concessionária Água do Rio, que promete um investimento de aproximadamente R$ 15 bilhões para cumprir o objetivo. Os primeiros resultados, embora tímidos, já são comemorados.
Análises laboratoriais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), indicaram uma melhora na balneabilidade na Baía de Guanabara. Algumas praias da Ilha de Paquetá, como Imbuca, Moreninha e José Bonifácio, foram consideradas próprias para banho no início deste ano.
Informações do Portal DIÁRIO DO PORTO.
Aumento do valor de imóveis é algo positivo? Devemos celebrar esse efeito? Em um país onde há um achatamento da renda da massa dos trabalhadores e um aumento visível do preço dos alimentos, das tarifas de serviços básicos, enfim, do custo de vida geral, o que precisamos neste momento é de imóveis mais caros em certas áreas da cidade, só porque a baía ficou mais limpa? Já está tão difícil conseguir comprar ou alugar um imóvel na cidade! É para festejar o fato de que vai ficar mais difícil ainda? O dono deste portal de notícias, por exemplo, se beneficia desta valorização? Acredito que sim, pois trata-se de uma imobiliária, que enxerga nisso uma chance de aumentar seus ganhos. Já para 80% da população…
A propósito, o que vai acontecer com as outras áreas longe da baía? Haverá também alguma melhora na qualidade de vida? Quem mora perto da baía, se importa com o resto da cidade?