Em uma área de proteção ambiental, na Avenida Niemeyer, em São Conrado, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, chamada de Costão da Niemeyer, uma enorme estrutura capta, acumula e distribui água limpa, oriunda de minas e nascentes, para mansões na região. Todo esse sistema ilegal, que tem 1km e 400 metros de distância, começa a cerca de 150 metros de altura do nível do mar, 50 metros acima do condomínio número 550 e vai (pelo alto do morro, como mostram as imagens abaixo) até o 722 da Avenida, pouco antes do mercado Supermarket. Um laudo recente da Prefeitura aponta que os vários canos e mangueiras usados para a distribuição de água ilegal contribuem para a “saturação do solo, problema podendo ser agravado durante o período de chuvas mais intensas”.
O laudo da Secretaria de Ordem Pública e Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil, produzido no final de setembro deste ano, destaca: “No momento da vistoria, acompanhados pelo solicitante, acessamos área de mata, onde observamos a execução de rede de captação, acumulação e distribuição de água limpa, proveniente de minas e/ou nascentes, instalado ao longo dos muros de divisa/contenção sito na área dos fundos dos imóveis à montante do Condomínio”.
“As tubulações de PVC e borracha apresentam danos, como quebras e rompimentos, em diversos trechos, com vazamentos de águas, provocando assim a saturação do solo, nesses pontos. Cabe ressaltar a execução de aberturas de clareiras e cortes na vegetação, em diversos trechos, ao longo da rede. Observamos ainda pontos de escorregamento de solo, ocorrências antigas, que atingiram a Avenida Niemeyer, que se situa a jusante do Costão da Niemeyer. Foi verificado risco potencial de ocorrer novos escorregamentos de solo, devido a saturação do solo, problema podendo ser agravado durante o período de chuvas mais intensas“, diz o laudo.
As imagens mostram a precariedade dos canos responsáveis por esse transporte de água. Quebrados, remendados de forma rudimentar, com restos enterrados, a estrutura tende a ter vazamentos constantes. Não se sabe como a manutenção feita. A situação deixa moradores da região receosos.
Nas imagens abaixo, vemos os recipientes que armazenam a água, que depois é transportada pelos canos. A nascente represada em cisterna comporta mais de 5 mil litros de água. Do represamento se originam diversos tubos, um alimentando 4 caixas de cerca de 500 litros. A partir daí, vão para as mansões da região.
A bomba (primeira foto acima) está em uma altura de 150 metros no mapa, na mata, no morro, e lança a água para uma altura 50m, próximo ao Hotel Nacional, para fazer a curva e seguir até o número 722 da Avenida Niemeyer. Tudo em área de proteção ambiental, onde é proibido desmatar.
De acordo com uma moradora que não quis se identificar, “chama atenção nunca nenhum perito ter encontrado ou notado tais estruturas de canos e mangueiras, ainda remanescentes, mesmo elas passando exatamente em cima das crateras frontais entre o condomínio e o Hotel Nacional, onde ocorreram deslizamentos recentes”.
O mesmo laudo da Prefeitura é finalizado informando que “PROVIDÊNCIAS: À Coordenadoria de Áreas Verdes / MA/SUBMA/CAV para ciência e providências cabíveis quanto as intervenções na área de mata e ao uso e captação de água, na área dos fundos à montante do Condomínio. À Fundação Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro – GEO-RIO para providências cabíveis quanto à estabilidade do talude, na área dos fundos à montante do Condomínio”.
A região trata-se de uma Área de Proteção Ecológica Ambiental (APEA) com Mata Atlântica Nativa. Além de ser tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN (tombamento das florestas de proteção).
Por meio de nota oficial, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente respondeu: ”A Coordenadoria de Áreas Verdes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente não recebeu qualquer pedido referente à área. Cabe ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) fiscalizar captações de água. A pasta esclarece que fez ações de recuperação ambiental no Costão da Niemeyer, mas que o território não é uma unidade de conservação municipal.”
Histórico de deslizamentos de terra
No período de fortes chuvas, como começo e final de ano, é comum acompanharmos notícias de deslizamento de terra na mata que fica em volta da Avenida Niemeyer. No último dia 30/12/2020, a história se repetiu. As cenas da enxurrada de terra e água foram vistas novamente. No ano anterior, em 2019, a via ficou fechada por meses após uma série de deslizamentos em fevereiro e abril.
A prefeitura vai desmontar e a ninguém será atribuída a ilegalidade. E se foro ditocujo vi dizer q não sabia. Em suma. Terra sem lei. Que cidade horrível. As praças o subúrbio são cercadas por quiosques de milicianos e o 1746 ignora. Fecham as solicitações com respostas mentirosas de que foram ao local e nada constatado. Ou dizem q a area é insegura. aPm não resolve a guarda não resolve e a gente está entregue.