No último dia 26/07, em manifestação ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, a Prefeitura de Magé, em conjunto com o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher (CMDDM), promoveu uma roda de conversa na Casa dos Conselhos. A data, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em julho de 1992, simboliza a luta e resistência das mulheres negras contra o racismo e o sexismo, reafirmando a necessidade de combater a discriminação racial, social e de gênero que ainda persiste.
“Esse dia é muito importante e estamos aqui para debater as necessidades de enfrentarmos questões de racismo e sexismo. O evento conta com o apoio total da Secretaria de Assistência Social e da Prefeitura de Magé como um todo, pois entendemos a importância desse evento”, disse a secretária de Assistência Social, Flávia Gomes.
O evento também reverenciou Teresa de Benguela, uma figura histórica do século XV, que lutou por proteger o quilombo. “As mulheres negras ainda enfrentam muitas das lutas que Teresa enfrentou no século XV, incluindo racismo e agressão. Oferecemos nosso apoio total, especialmente considerando que Magé é um local histórico que abriga três quilombos”, afirmou a secretária.
O evento incluiu uma palestra sobre o “Julho das Pretas” e uma discussão sobre a realidade da mulher negra no Brasil. Cristhiane Malungo, Coordenadora do Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro, mediou o evento.
“Ao falarmos sobre o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, lembramos do grande encontro das mulheres da América Latina e do Caribe na década de 90. Esses dados são essenciais para discutirmos nossas lutas, conquistas e desafios, em um mundo que ainda é racista, sexista e machista. A história de Teresa de Benguela, uma líder quilombola, é de vital importância para o entendimento da história das mulheres negras do Brasil”, explicou Cristhiane.
Adriana Martins, defensora dos Direitos Humanos e Técnica Antirracista, também esteve presente. “Hoje, buscamos refletir sobre a situação da mulher negra no país e em Magé, através de uma troca de experiências com a comunidade aqui presente. Essa troca é vital para expandir nossas perspectivas e garantir que nossas atitudes, tanto na gestão pública quanto na vida cotidiana, sejam antirracistas”, concluiu.