Nesta quarta-feira (27/03), é celebrado o Dia do Teatro, uma data que ressalta a importância dessa forma de expressão artística na cultura e na história da cidade. E ao explorar os bastidores teatrais do Rio, nos deparamos com uma conexão fascinante entre dois pontos emblemáticos do município: a Cinelândia, no coração do Centro, e a Praça Saens Peña, na Tijuca.
Cinelândia: O Berço do Entretenimento
A Praça Marechal Floriano Peixoto, mais conhecida como Cinelândia, é um marco histórico do Rio, onde as tramas teatrais se entrelaçam com a evolução da própria cidade. Durante as obras da Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, essa área foi transformada em um largo aberto, ocupando parte do terreno do antigo Convento da Ajuda, construído no século XVIII e demolido nos primeiros anos do século XX.
A visão de transformar essa área em um epicentro cultural veio de Francisco Serrador, um empresário espanhol radicado no Brasil, que detinha diversos empreendimentos, incluindo cinemas, teatros e hotéis. Nos anos 1920, a região começou a abrigar algumas das melhores salas de cinema da cidade e teatro, ganhando assim o apelido de Cinelândia.
O Cine Odeon, o Cineac Trianon, o Cinema Parisiense, o Império, o Pathé, além do Theatro Municipal, Teatro Rival, Serrador e o Cine Palácio (atual Riachuelo) formavam o cenário vibrante dessa região. Apesar das mudanças ao longo dos anos, o charme histórico da Cinelândia persiste, especialmente no Cine Odeon e alguns outros que mantém viva a aura do glamour cinematográfico de décadas passadas.
Praça Saens Peña: O Refúgio do Cinema na Tijuca
Porém, uma relação menos conhecida liga a Cinelândia à Praça Saens Peña, na Tijuca. A partir da década de 1920, essa praça se tornou um verdadeiro oásis de entretenimento, superando até mesmo a Cinelândia em número de salas de cinema. Naquela época, morar na Tijuca era sinônimo de status, e a Praça Saens Peña refletia todo o luxo e glamour da era dourada do cinema.
Um dos cinemas mais famosos da região era o Cinema Carioca, inaugurado em 1941. Sua arquitetura art déco era um exemplo do luxo da época. Outros cinemas, como o Cine América, o Carioca, o Olinda e o Metro Tijuca, também faziam parte desse cenário movimentado.
Entretanto, ao longo das décadas seguintes, essas salas foram gradativamente fechando suas portas, deixando para trás lembranças de uma era gloriosa do cinema na Tijuca. O Metro Tijuca, por exemplo, foi fechado em 1976 para dar lugar a uma loja da C&A, enquanto o antigo Cinema Olinda foi substituído pelo Shopping 45. As principais salas de lazer eram: a Tijuquinha, o Cine América, o Carioca, o Cine Olinda (o maior da cidade), o Cine Metro Tijuca, Cine Eskie, o Art-Palácio e o Britânia (depois Studio Tijuca)
Assim, muitos cariocas desconhecem que a Praça Saens Peña já foi um polo vibrante da vida teatral, seguindo os passos da famosa Cinelândia. Essa ligação entre os dois pontos históricos revela a rica e diversificada cena teatral que permeia a história do Rio, enriquecendo ainda mais o cenário cultural da cidade.
A cultura no Rio de Janeiro foi praticamente extinta, dando lugar ao império da ignorância.
Que falácia! Respira-se cultura a cada esquina do Centro Histórico.
A quantidade de atrações culturais e educativas é enorme, basta escolher a sua vertente. ?