Com retorno previsto para o final de agosto, o diretor Felipe Alves está às voltas para escolher os novos rostos que darão vida aos inúmeros personagens da web série ”Blackout Facções em guerra”.
Felipe Leopoldino Alves ou simplesmente Felipe Alves é um carioca da gema, de 30 anos. Nascido na maior favela da América Latina, a Rocinha, Felipe teve uma infância simples, mas muito maravilhosa, pois os seus pais, de origem nordestina, o deixavam ser criança, com muitas brincadeiras, amizades e colegas. Isso fez com que Felipe desenvolvesse uma imaginação fértil e criativa. Afinal, crianças livres e amadas tendem a ser mais espertas e inteligentes. E estes atributos foram importantes para construir o homem maduro e profissional que se tornou, um diretor de programa de televisão e de web série.
Felipe, desde muita criança, sempre gostou de criar coisas em sua cabeça. Como ele diz – “Na verdade, eu sempre fiz teatro, mas tinha muita vergonha”. Artista tem dessas coisas – a timidez só se resolve quando criam o seu universo e os seus personagens.
Com isso, a arte de dirigir foi crescendo dentro do jovem rapaz. Um pouco mais maduro foi tomando gosto por direção. O primeiro passo aconteceu quando Felipe foi trabalhar como ajudante de eletricista num teatro, “comecei a ver outros diretores em cena e fui me apaixonando”, conta. O teatro foi a sua escola.
Começou dirigindo pequenos espetáculos, em seguida, partiu para produções maiores e mais complexas, mas na condição de assistente de direção de diretores mais experientes, como o diretor Luiz Fernando de Carvalho, uma de suas referências, profissional que desenvolve em quem ama o ofício de dirigir a essência da disciplina, pois ser um diretor é maravilhoso e gratificante, principalmente quando se termina um produto, seja ele uma peça, programa, web série ou novela.
Formado em faculdade de cinema, aprimorou o seu conhecimento fazendo cursos de fotografia voltados para a TV e o cinema.
O retorno das gravações de Blackout
Em parceria com Castelo Branco, Felipe está dirigindo uma web série de nome Blackout, que fala sobre a Rocinha, local de origem do diretor e que faz parte da sua reminiscência. No elenco muitos nomes, destacando-se Junno Andrade e a atriz e modelo portuguesa, Regina. A finalização da primeira temporada retorna no mês de agosto, para que a estreia aconteça em dezembro. Ainda não tem um canal definido, pois existem negociações em andamento, com algumas emissoras.
Porém, Felipe e Castelo Branco já estão fazendo audições para selecionar o casting para a segunda temporada, que deve ter as gravações para o início de 2023.
A web série é uma narrativa da violência que ocorre na Rocinha, bem como em outras comunidades cariocas. Disputa por pontos de vendas de drogas, armamento bélico pesado, corrupção e a mão do crime “organizado” que ordena e manda em tudo e em todos, são temas pertinentes na narrativa de “Blackout”.
Outras questões abordadas são: a questão da violência nas comunidades, as vítimas inocentes que moram nestas comunidades – na maioria negros e pobres e o descaso do governo sem uma política enérgica e eficaz contra o crime.
Como o próprio nome da série traduz, “Blackout facções em guerra” é uma narrativa nua e crua da realidade das favelas, morros e comunidades periféricas do Rio de Janeiro e quiçá do país, que tem como cenário a maior favela da América Latina, que é a Rocinha.
Deixando escapar um spoiler, Felipe revela que já existem quatro projetos a caminho que precisarão de escolha de elenco, o que é uma oportunidade para atores que estão à procura de trabalho. Porém, acerca destes projetos, nada pode ser contado em detalhes, pois ainda são confidenciais. E, pelo que tudo indica, irão até 2024.
Segundo Felipe, uma dica para quem deseja ser um diretor teatral, de televisão ou cinema: “Todos os cursos são aprendizagem e no meio do audiovisual todo conhecimento é pouco”.