DJ Julio EleMesmo: Precisamos falar sobre a Banca do André

Há espaço na revitalização do Centro do Rio de Janeiro para a reinvenção das bancas para ocupação cultural da cidade? Sim, há!

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Com a venda cada vez mais escassa de jornais e revistas impressas, graças ao avanço das redes sociais e de grandes portais de noticias, o que fazer com as bancas de jornal? Muitos jornaleiros, uma profissão que, infelizmente, está entrando em extinção tal qual operador de mimeógrafo, precisam se reinventar para seguir com o sustento de suas famílias, sem abandonar essas pequenas caixas de metal que muitas vezes passaram de geração em geração, de pai para filho. É justo que o Estado simplesmente decrete o fim da renda dessas pessoas e não faça nada por eles? Não, não é justo. A solução? Não sei, mas precisamos conversar sobre casos específicos, como a Banca do André.

A Banca do André está localizada no Espaço Cultural Tim Maia, na Rua Pedro Lessa, entre o Centro Cultural da Justiça Federal e Biblioteca Nacional, saída C do metrô da Cinelândia. É uma região que não conta com moradias no entorno e as lojas mais próximas ficam a 100 metros aproximadamente da banca. Durante os dias da semana, a banca está aberta vendendo diversos produtos, incluindo jornais e revistas, além de servir como um ponto não-oficial para informações turísticas. E quando há eventos, a banca faz mudar a cara da região, com circulação de pessoas, ocupação de praça pública e revitalização de um local que em outros momentos, com a banca fechada, se torna ambiente fértil para furtos, moradia de pessoas em situação de rua e “banheiro ao ar livre”.

O centro do Rio de Janeiro, principalmente na faixa urbana que vai dos Arcos da Lapa até a região do Castelo sofrem com o abandono do poder público, que fica ainda mais latente na parte da noite, quando o movimento na região cai drasticamente. Quem passa por essas áreas, passa com medo de possíveis furtos. Uma das formas de consertar isso é incentivar a ocupação desses espaços, com moradias, como a prefeitura vem tentando fazer, com comércio e movimentos culturais que acontecem pontualmente. A Banca do André já é um local, de conhecimento público e notório, que agrega a capacidade de ocupar uma área do centro, incentivar a cultura e movimentar o comércio da área, além de gerar empregos diretos e indiretos – em eventos, há contratação de músicos, segurança, limpeza e staff, além dos funcionários permanentes do espaço.

Sabemos que a Banca do André tem um caso quase que singular na cidade. Não me recordo de outra banca de jornal que possua características que viabilizem essa adaptação para outra forma de “categoria”, mas precisamos pensar de forma racional e, ao mesmo tempo, com coragem para inovar. Sem os eventos na Banca do André, como fica a Rua Pedro Lessa nas noites de sexta feira? Nas noites de quinta? Nas tardes de sábado? Não é possível que o poder público, na forma da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Subprefeitura do Centro, ache que é melhor termos uma área abandonada, insalubre e insegura no centro histórico do Rio de Janeiro ao invés de um espaço que promova cultura, gere empregos e pague os impostos.

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Como freqüentador da Banca do André, fica aqui meu apelo para que não deixem aquele espaço ser mais um fechado em nossa cidade; Como pedestre da Rua Pedro Lessa, fica aqui meu apelo para que não deixem que aquela rua seja mais um ponto de medo no centro do Rio de Janeiro; Como DJ que toca na Banca do André, fica aqui meu apelo para que mantenha aberto e funcionando esse importantíssimo espaço democrático que promove cultura de forma gratuita para todas e todos. A Banca do André fica e que a cidade possa ser ocupada, cada vez mais, por cores, sons e vida como acontece na viela entre o Centro Cultural da Justiça Federal e a Biblioteca Nacional em dias de música.

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