Dom Edney celebrará Missa da Festa da Apresentação, com Coral e Orquestra, Domingo no Centro

Dom Edney Gouvea Mattoso será recebido na Irmandade dos Mercadores, na rua do Ouvidor, para o dia de Nossa Senhora da Candelária. Ele celebrará Missa Solene, que terá procissão, distribuição de velas e a tradicional bênção de São Braz

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A histórica Igreja da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, no coração do Centro do Rio formou uma comunidade católica, que revive, em suas Missas Solenes nos finais de semana, ao som de Coral e Orquestra, algumas das principais tradições do catolicismo. Neste Domingo (2/2) a irmandade de comerciantes receberá com pompa o Bispo Emérito Dom Edney Gouvêa Mattoso, capelão da vizinha Igreja da Santa Cruz dos Militares, para presidir a celebração da Festa da Apresentação.

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O prelado, que também faz aniversário no próprio dia 2, celebrará na mesma ocasião o dia de Nossa Senhora da Candelária na igrejinha do Arco do Teles, que fica no território da paróquia que leva o nome desta representação de Maria que é padroeira dos navegantes. O Coral deve entoar a tradicional Ecce Sacerdos Magnus, famosa música sacra utilizada para receber os bispos de forma solene. Haverá também uma procissão em que os fiéis ganharão velas de cera abençoadas, para acompanhar a entrada solene na igrejinha elíptica que se tornou um dos xodós do carioca desde sua reabertura em 2023.

Ao final da cerimônia, que terá direito à bênção final com uma milenar relíquia da Santa Cruz, haverá um momento de devoção muito caro aos membros da histórica irmandade da rua do ouvidor: a bênção de São Braz, santo cuja data oficial é na segunda-feira, mas já pode ser lembrada na tarde do dia anterior: seguindo a tradição, o celebrante, com duas grandes velas cruzadas amarradas com uma fita vermelha, fará uma oração e abençoará os fiéis com a imposição das velas.

Várias curas são creditadas à intercessão de São Braz: católicos crêem no seu poder cura, principalmente dos males da garganta. Conta-se que, quando o velho bispo morto há 1700 anos estava preso, uma mulher o procurou, trazendo alimento e uma lamparina, para que espantasse a escuridão da cela. Comovido pela ação da boa mulher, prometeu-lhe que, se todos os anos levasse uma vela à igreja, ela e todos os que a imitassem haviam de se achar sempre bem. Vem daí, naturalmente, a prática das velas de São Brás, que também poderão ser abençoadas pelo sacerdote no dia em que se comemora sua memória. Ele também é o padroeiro dos radialistas.

A missa solene ocorre ao meio-dia e quinze. Serão distribuídas na missa, gratuitamente, 80 velas de cera, abençoadas e que, segundo a tradição, podem iluminar a vida dos fiéis que as receberem, que poderão utilizá-las em suas orações de casa. Sua importância se fez presente na história principalmente pelo uso dos cristãos, uma vez que “A cera, no uso litúrgico, simboliza o puríssimo corpo de Jesus Cristo, nascido da Virgem Mãe, como a cera virgem provém das abelhas virgens (“apis mater eduxit”, Exsultet)“.

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A vela abençoada na Festa de Nossa Senhora da Candelária é benta com uma benção especial e solene da Igreja (considerada a mais solene depois da benção do Círio Pascal) e segundo tradição antiga e revelações privadas de fiéis, “essas velas serão as únicas que acenderão nos lares quando Deus castigar o mundo com os três dias de trevas“, explica o padre Victor Hugo Nascimento, que menciona um texto de Padre Pio em que o santo fala do imenso poder que se acredita terem as velas abençoadas neste dia: “Mantenha as suas janelas bem cobertas. Não olhe para fora. Acenda uma vela abençoada, que será suficiente por muitos dias. Reze o rosário. Leia livros espirituais. Faça atos de Comunhão Espiritual, também atos de amor, que Nos agradam tanto. Reze com os braços esticados, e prostrado no chão, a fim de que muitas almas sejam salvas. Não saia de casa. Proporcione-se alimentos suficientes. Tenha coragem e estarei no meio entre você.”.

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A solene bênção do mártir São Brás, dada pelo Padre Vitor Pereira a uma Fiel, na solenidade do ano passado (FOTO: DIÁRIO DO RIO)

As missas do fim de semana na capelinha que é considerada uma caixinha de jóias contarão também com coral e orquestra conduzidos pela soprano Juliana Sucupira, e serão rezadas conforme a tradição da irmandade dos mercadores, em caráter solene e com uso de objetos litúrgicos de época. No Domingo, para receber o bispo, haverá grande coral. Na segunda-feira, haverá música no órgão e o celebrante será o Padre Jemisson.

Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores
Região da Praça XV
Rua do Ouvidor, 35 (esquina de Travessa do Comércio)
ESTACIONAMENTO: Segunda a Sábado, no subsolo do Prédio da Bolsa (Praça XV, 20) ou Terminal Menezes Côrtes (7 dias por Semana)


Apresentação do Senhor e Nossa Senhora da Candelária com Dom Edney Gouvêa Mattoso
Com distribuição das velas abençoadas e ao final, a bênção de São Brás
Dias: Domingo 2/2 ao meio-dia e quinze

A chegada à Igreja nos dias de blocos de carnaval no Centro é Simples; ou por metrô, ou, vindo de carro, pegando o aterro do Flamengo, a Avenida General Justo, depois a Praça Marechal Âncora (restaurante Albamar), contornando a estação das Barcas e atravessando a Praça XV via a Av. Alfred Agache, chegando até a rua do Ouvidor. O trecho não tem nenhum tipo de bloqueio ou impedimento.

História da Bênção de São Brás, segundo a crença dos Católicos

Também sabemos que São Brás foi o bispo de Sebaste, na Armênia, e sofreu o martírio sob Licínio por volta do ano 316. Mas, no que diz respeito aos detalhes de sua vida, devemos confiar em várias tradições. Supostamente, este mártir cristão primitivo nasceu de pais nobres e ricos que lhe proporcionaram uma educação cristã. Ele se tornou médico e foi eleito e consagrado bispo em uma idade jovem. Durante a perseguição de Licínio, um antigo aliado de Constantino que começou a perseguir a Igreja, São Brás sentiu um chamado para viver como eremita em uma caverna nos arredores da cidade, onde era conhecido por curar animais selvagens doentes e feridos. Eventualmente, ele foi descoberto por caçadores que percorriam o campo capturando criaturas para serem usadas nos jogos do anfiteatro. São Brás foi levado a Agricolaus, o governador da Capadócia e da Armênia Menor, e jogado na prisão.

Uma lenda conta que, a caminho da prisão, São Brás ordenou a um lobo que soltasse um porco pertencente a uma mulher que implorou pela ajuda do santo bispo. Ela mais tarde levou velas para sua cela para que ele tivesse luz para ler as Escrituras. Embora Agricolaus tenha sido supostamente impressionado com os milagres de São Brás, isso não o impediu de insistir que o bispo renunciasse à sua fé, e quando ele se recusou, o governador o fez açoitar, torturar com um pente de ferro (uma ferramenta usada para pentear lã) e decapitar.

Conforme os manuscritos de Aëtius Amidenus mostram, no século VI a intercessão de São Brás estava sendo invocada no oriente para doenças relacionadas à garganta. No século IX, o santo também era venerado na Europa e acabou se tornando um dos santos mais populares na Idade Média, sendo venerado como um dos “Quatorze Santos Auxiliares” (que incluíam também santos como São Cristóvão, São Erasmo, São Denis de Paris, Santa Bárbara, Santa Catarina de Alexandria e São Gil).

Igrejas foram nomeadas em homenagem a São Brás e altares foram dedicados a ele. O Papa Leão IV é dito ter apresentado relíquias de São Brás ao Duque Wolfenus de Rheinau, na Alemanha, em 855, que as trouxe consigo de Roma. Outras relíquias de São Brás são relatadas em Braunschvieg, Alemanha, bem como em Paris.

Em 971, na atual Dubrovnik, São Brás supostamente apareceu aos habitantes da cidade para alertá-los sobre um iminente ataque dos venezianos. Desde então, Dubrovnik o honra como seu padroeiro. Uma estátua do santo fica sobre a entrada da cidade, e a catedral lá abriga diversas relíquias de São Brás.

Com o tempo, desenvolveu-se o costume de abençoar a garganta dos fiéis, com os padres segurando duas velas cônicas — abençoadas no dia anterior, na festa da Apresentação do Senhor, em 2 de fevereiro — sobre a cabeça ou a garganta enquanto invocam a intercessão de São Brás contra qualquer doença da garganta e do corpo.

É um antigo costume da Igreja abençoar os doentes, enraizado nos atos de Jesus Cristo e de seus apóstolos. De acordo com o “Cuidado Pastoral dos Enfermos: Ritos da Unção e da Viática”, a bênção anual das gargantas é um sinal tradicional da luta contra a doença na vida do cristão. A bênção é normalmente dada durante a Missa ou uma celebração da Palavra de Deus em 3 de fevereiro, a memória de São Brás, seguindo a festa da Apresentação do Senhor. A igreja dos Mercadores organizará a bênção dois dias seguidos.

Embora os problemas da garganta sejam a principal razão pela qual São Brás é invocado no Ocidente, ele também é considerado um protetor contra animais selvagens, um protetor de cidades e um patrono de veterinários, de penteadoras de lã e da indústria da lã. Sua festa na Igreja Oriental é celebrada em 11 de fevereiro.

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