No próximo domingo (12), será celebrado o “Dia do Charme“, no Parque Madureira, na Zona Norte da cidade. As atividades de comemoração, dos 43 anos do ritmo, terão início às 8h e serão totalmente gratuitas. O evento, que é resultado do edital FOCA da Prefeitura do Rio de Janeiro, conta ainda com uma programação no Madureira Shopping – parceiro do evento -, onde acontecerá um Baile Charme, a partir das 16h.
Entre os destaques das comemorações do “Dia do Charme” estão alguns dos expoentes do gênero no momento: Sorry Drummer, Nael, OSócio, entre outros. No Palco Futuro R&B, o público poderá assistir às apresentações de João Loroza, Cee Jay, Dona Nyna, além dos coletivos Viaduto de Madureira e Eu Amo Baile.
No Parque Madureira, às 8h, terá início a Corrida do Dia do Charme. Em seguida, no Madureira Shopping, acontecem a Oficina de Rede Social e Workshop, com um aulão da dança do charme; e a Feira de Afro Empreendedorismo voltada para prestação de serviços e ações sociais e de saúde. Também estarão presentes, no Madureira Shopping, grupos de dança e DJs, como Fernandinho, Orlando, Guto, Fabio RnB e DJ Michell, um dos organizadores do evento, que vai comemorar a lei que deu vida ao Dia do Charme, que é festejado em 08 de março: Dia Internacional da Mulher.
“Passamos a existir para o poder público. A lei em comemoração ao Dia do Charme já foi fruto disso. Em 2013, o baile charme foi decretado como patrimônio cultural e imaterial da cidade. Em 2015, aprovamos essa lei e muita coisa boa aconteceu depois disso. É a consagração e o reconhecimento de um trabalho iniciado lá atrás, na década de 1980, pelo DJ Corello e muitos outros, como Fernandinho, Orlando e Loopy, que construíram essa história. Neste dia batemos no peito e falamos: somos charmeiros com muito orgulho! É muito gratificante saber que nasci dentro dessa cultura e construí toda minha vida profissional e pessoal graças ao Charme”, afirma Michell, complementando que o ritmo incorporou outros estilos musicais, sem perder a sua identidade. “Foi preciso se adaptar para permanecer vivo. Hoje absorvemos diversos estilos da Black Music dentro dos bailes charme, como o Afrobeat, Hip Hop, Dancehall, etc. As roupas antigamente eram tipo as de casamento, com muitas pessoas até alugando roupa para ir ao baile. Hoje o público é mais despojado, fica mais à vontade para usar uma bermuda, um short curto, e continuam se sentindo à vontade e bem vestidos. Nós criamos tendências de moda, tem muita gente estilosa no baile”, afirma o DJ.
O coreógrafo, diretor artístico e ativista do Movimento Charme, Marcus Azevedo, explica que o ritmo é assentado em quatro pilares: música, dança, figurino e comportamento.
“A história do charme se constrói através do povo preto periférico e suburbano, sobretudo os dos arredores de Madureira, nas Zonas Norte e Oeste, mas também da Baixada Fluminense. Os happy hours do Centro da cidade, nas décadas de 1980 e 1990, também fortaleceram o ritmo. Temos uma cultura com um jeito muito particular de contemplar, ouvir e dançar essa música black norte-americana, que trouxemos para o nosso jeito carioca de viver e, a partir disso, construímos uma outra história, que também pode ser visto no nosso dia a dia, buscando um jeito elegante e cordial. Não queremos ser mais que ninguém, mas temos nosso estilo de vida”, afirma Marcus.
As informações são da rádio Tupi.