A cidade de Niterói, na região metropolitana fluminense, tem registrado índices elevados de assaltos a bancas de jornais. O último caso aconteceu, na tarde desta quinta-feira (2), na Rua Padre Francisco Lanna, nas proximidades do Supermercado Mundial, no bairro de Santa Rosa. O crime foi registrado por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver o ladrão levando cinco caixas grandes de cigarro. O dono da banca, Adalmir Ferreira estima o prejuízo entre R$ 15 mil e R$ 20 mil.
Além da banca assaltada, Adalmir Ferreira é proprietário de outros negócios na cidade e diretor da Associação dos Proprietários de Bancas de Jornais (Abropan). Ao jornal O Globo, Ferreira disse que o crime está se tornando frequente em Niterói, com casos seguidos de arrombamentos, principalmente de madrugada. O assalto à luz do dia, no entanto, mostra, segundo ele, o avanço da criminalidade na região. Para Adalmir Ferreira falta policiamento ostensivo, o que contribui para o aumento de furtos e arrombamentos.
“Já perdi as contas de quantas vezes minhas bancas foram arrombadas. Em uma semana, chegam a ser três casos em pontos diferentes. Não vemos viaturas fazendo rondas, e a sensação de insegurança só aumenta”, disse o diretor da Abropan ao veículo, acrescentando que, mesmo registrando as ocorrências nas delegacias policiais, não vê resultados práticos contra a prática dos delitos. Por conta do prejuízo elevado, Ferreira registrou um boletim de ocorrência na 77ª DP (Icaraí). Mas na maioria dos casos não formaliza as queixas, por acreditar que “não dá em nada”.
“São tantos casos que acabamos nos acostumando. Como os registros não têm resultado prático, deixamos de fazer. Desta vez, além do prejuízo ser significativo, o crime ocorreu em plena luz do dia, e o assaltante estava armado, o que torna a situação ainda mais grave”, lamentou ao vespertino carioca.
O fenômeno da criminalidade crescente, entretanto, não atinge apenas as bancas de jornais. Adalmir Ferreira comentou que após o Governo do Estado ter assumido o programa Niterói Presente, que era de responsabilidade da prefeitura de Niterói, a segurança decaiu: Quando era a prefeitura que cuidava, o policiamento era excelente. Hoje, é raro ver viaturas fazendo rondas”, disse ele ao veículo, criticando a demora das autoridades em dar respostas à população.
No assalto desta quinta-feira, de acordo com Ferreira, a polícia demorou 20 minutos para chegar à banca de jornal, sem sequer fazer uma diligência para localizar o criminoso, mesmo com imagens captadas pelas câmeras de segurança .
Para Ferreira, o aumento da população de rua e a falta de medidas preventivas agravam a situação. O empresário relatou ao veículo que testou a capacidade de reposta da segurança pública local e constatou que é nenhuma:
“Peguei meu carro, parei na Amaral Peixoto, fiquei batendo na banca com um martelo, e ninguém apareceu. Estamos completamente desamparados”, lamentou o diretor da Abropan, ressaltando que outras modalidades comerciais também são alvos da criminalidade, como a sua barbearia, localizada no bairro de Icaraí, que foi assaltada duas vezes durante as obras:
“Não é só com as bancas. Estou abrindo uma barbearia em Icaraí que, durante as obras, já foi assaltada duas vezes. Estamos à mercê da criminalidade. Alguém precisa agir antes que a situação se agrave ainda mais”, finalizou o empresário.
O que diz a Polícia
Procurada pelo jornal, a Secretaria de Estado de Polícia Militar, por meio do comando do 12º BPM (Niterói), informou que realiza a “Operação Antifurto”, com policiamento ostensivo à noite e de madrugada, na qual faz abordagens e revistas em locais e horários com maior incidência de furtos. Segundo a PM, o 12ºBPM realiza Operações Integradas com a Secretaria de Ordem Pública de Niterói, a Guarda Civil Municipal e com as equipes da Operação Segurança Presente.
Já a Polícia Civil adiantou que a investigação do assalto ocorrido nesta quinta-feira está em andamento na 77ª DP (Icaraí), com os agentes realizando diligências para identificar o autor do crime. Sobre os demais casos, a corporação ressaltou que faz monitoramento constante e mantém uma troca integrada de informações com a Polícia Militar; responsável pelo policiamento ostensivo.
A Polícia Civil reforça a importância de registrar as ocorrências.
