Ediel Ribeiro: Diário etílico de um cartunista – A Pink Street

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre sua ida a Portugal

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De volta a Lisboa, fui conhecer locais por onde não passei na minha primeira visita a Portugal.

Então, fomos a ‘Rua Cor-de-Rosa’, a mais famosa rua de prostituição da noite lisboeta. A rua é uma das mais badaladas de Lisboa. Oficialmente, o nome é ‘Nova do Carvalho’, mas o nome ‘Rua Cor-de-Rosa’ acabou surgindo após um projeto de intervenção urbana em 2011, e pegou. Um dos momentos chave desta renovação foi a pintura do pavimento da rua que a partir de então passou a ser conhecida como a ‘Rua Cor-de-Rosa’ – ou ‘Pink Street’, na linguagem dos turistas – e virou o epicentro da noite lisboeta. Outra vez.

Neste recanto da cidade, ocupado por bares e chapéus de sol coloridos – lembra uma charmosa rua de Penedo, que visitei com a Sheila – o decadente deu lugar ao cool e o kitsch passou a ser um ponto a favor.

No passado, ela já foi um dos principais pontos de drogas e prostituição da cidade e o ‘Cáis do Sodré’ – nome da região – conhecido como ‘Ilha da Prata’. ‘Prata’ ou ‘Chinesa’, é o nome da mistura de heroína e cocaína, preparadas em folhas de papel inox de cozinha e aquecida com um isqueiro, até liquefazer, e aspirada com um canudo.

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Os bares da ‘Pink Street’ tinham os nomes das capitais do Norte da Europa, que serviam para atrair os marinheiros que desembarcaram em Lisboa. Hoje em dia, esta má fama ficou no passado e a ‘Rua Cor-de-Rosa’ se tornou tão badalada que está entre as 12 ruas prediletas do ‘New York Times’, na Europa. Por isso, mesmo que você não queira curtir a noite, passe por lá, durante o dia, para conhecer. Vale a pena.

A ‘Pink Street’ não é só restaurantes e bares de prostituição, também é lugar para beber, dançar e – acreditem – ler. Pelo menos três bares da rua são de passagem obrigatória: a “Espumaria do Cais”. Neste bar, que ocupa uma antiga garagem, o espumante da casa – para beber em copo ou em garrafa para levar – é a estrela da casa. Também brilham por lá os cocktails, sangrias, cervejas e gins que acompanham petiscos deliciosos.

O ‘Menina Moça’, livraria-bar. Sim, é possível ler na ‘Rua Cor-de Rosa. Aquela idéia de que a rua do pavimento rosa é só barulho, música alta e prostituição, ficou no passado. Bom, pelo menos é o intuito de Cristiana Ovídio, ex-professora de Literatura Portuguesa e dona do ‘Menina Moça’. O bar é decorado com livros, máquinas de escrever e fotos antigas. O teto é uma obra de arte do ilustrador João Fazenda. Deixei lá uma frase do meu livro “Poesia Suja’, junto com frases de outros poetas, frequentadores do local.
‘Pensão do Amor’. Por trás do nome singelo, se esconde um dos cabarés mais fantásticos que já vi. Nenhum local simboliza melhor o espírito da ‘Rua Cor-de Rosa’ que este. O charme vintage e a decoração fazem parte do ambiente. As paredes totalmente ilustradas com figuras de boêmios e prostitutas em tons vermelhos dão charme e calor ao lugar. A noite é animada por DJ´s e música ao vivo.

Amanhã vou voar para Paris; de lá vou de trem para Veneza, na Itália, onde vou conhecer e tomar umas cervejas no ‘Harry´s Bar’, na Calle Vallaresso; bar mencionado por Hemingway em seu livro “Na Outra Margem, entre as Árvores”.

Tim! Tim!

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Jornalista, cartunista, poeta e escritor carioca. É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG) e Diário do Rio (RJ) Autor do livro “Parem as Máquinas! - histórias de cartunistas e seus botecos”. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) dos romances "Sonhos são Azuis" e “Entre Sonhos e Girassóis”. É também autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty", publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ), desde 2003, e criador e editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!"
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