Ediel Ribeiro: morre Alieado Kammar

Além de jornalista, cartunista, chargista e ilustrador, Aliedo trabalhou no projeto gráfico de diversos livros, cartazes e capas de disco

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Angeli, após diagnóstico de afasia – uma doença raríssima -, parou de desenhar para a ‘Folha de São Paulo’, depois de quase 50 anos. Os mais velhos diriam: a maré não está pra peixe.

Não mesmo. Ultimamente, nós, cartunistas, não estamos tendo motivos para fazer piada. Nos últimos meses, foram para o andar de cima cinco grandes cartunistas: Mariano, Nani, Lailson, Biratan, e, agora, Aliedo.

Conheci Aliedo no fim dos anos 80. Ele trabalhava no Pasquim. Em 1992 publiquei uma charge sua no ‘Cartoon’, um jornalzinho de humor que eu editava. Ficamos amigos. Nos encontramos outras vezes no Sindicato do chopp, no Leme, no Rio de Janeiro, no saudoso ‘Encontro de Cartunistas’, capitaneado pelos cartunistas Ferreth e Amorim.

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Gaúcho de Porto Alegre, Aliedo Kammar nasceu no dia 1 de julho de 1954. Radicado no Rio de Janeiro, trabalhou em vários veículos como ‘Jornal do Brasil’, ‘Pasquim’, ‘Cartoon’, ‘Última Hora’, ‘Correio do Povo’ e ‘Revista Bio’, entre outras publicações. Morador de Santa Teresa, mesmo com mais de 50 anos no Rio de Janeiro, jamais abandonou o sotaque gaúcho.

Boa pinta, na juventude, foi um galã. Chegou a se apresentar como calouro no programa do Chacrinha. Boêmio, frequentou vários bares da cidade, especialmente o Lamas e os da Rua do Resende e da Rua do Lavradio, próximos a redação do ‘Correio do Brasil’.

Aliedo colaborou com o ‘Correio do Brasil’ ao longo de mais de uma década, e gostava de acompanhar a impressão do jornal nas oficinas da ‘Tribuna da Imprensa’, na Lapa.

Além de jornalista, cartunista, chargista e ilustrador, Aliedo trabalhou no projeto gráfico de diversos livros, cartazes e capas de disco. Atualmente, o cartunista publicava trabalhos em seu blog.

Em 2002 Aliedo criou a arte da camisa do Bloco Carnavalesco Infantil, ‘Gigantes da Lira’, que desde 1999 desfila no final de semana anterior ao Carnaval, nas ruas de Laranjeiras.

No final dos anos 80, Aliedo participou, junto com os cartunistas Jaguar, Amorim, Dil Márcio, Mariano, Nani, Nássara, Nicolielo, Nilson, Santiago e Ykenga de um projeto chamado ‘Humor em Geral’ desenvolvido por Ricky Goodwin e Jaguar (primeiro na Funarte, depois na Pacatatu). Uma página inteira de jornal trazendo cartuns de artistas de várias partes do país, patrocinado pela Caninha 51. A página chegou a ser publicada em mais de 70 jornais. Com o tempo, três deles saíram e entraram Biratan, Laylson e Laerte. O reserva imediato era o Luscar.

Aliedo morreu na madrugada desta segunda-feira (18), aos 68 anos, em decorrência de hemorragia digestiva e infarte. Deixou um filho.

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Jornalista, cartunista, poeta e escritor carioca. É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG) e Diário do Rio (RJ) Autor do livro “Parem as Máquinas! - histórias de cartunistas e seus botecos”. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) dos romances "Sonhos são Azuis" e “Entre Sonhos e Girassóis”. É também autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty", publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ), desde 2003, e criador e editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!"
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