Meu amigo, o jornalista e escritor, Luís Pimentel me lembra que no último sábado (2/3) fez quatro anos que Alfredinho encantou-se.
Alfredo Jacinto Melo, o popular Alfredinho, foi dono do popular Bip-Bip. Boteco simpático, reduto de boêmios, jornalistas, artistas e intelectuais em Copacabana.
O Bip-Bip – fundado em 13 de dezembro de 1968, dia da implantação do AI-5, Ato Institucional que endureceu ainda mais a repressão do regime militar – é um local de resistência artística e cultural.
Carismático, apesar do senso de humor ácido, Alfredinho era querido por todos. O dono do Bip Bip morreu dormindo, em sua casa, aos 75 anos, no dia 02 de março de 2019.
Com a morte do amigo, Pimentel reuniu uma legião de talentosos amigos de Alfredinho e escreveu “Alfredinho, sobrenome Bip Bip”, um gostoso livro em homenagem ao lendário ‘Alfredinho do Bip’.
O texto abaixo, foi a minha colaboração no livro em homenagem ao generoso e carismático – apesar do senso de humor ácido – Alfredinho.
“Jaguar me disse uma vez que o Bip Bip era o único botequim que conhecia, sem fins lucrativos.
E era.
Alfredo Jacinto Melo, o popular Alfredinho comandava o Bip Bip sem preocupações menores. Nunca se preocupou em ganhar nada. Talvez por isso fosse botafoguense.
‘Quero me divertir. Ajudar os outros e ser anfitrião’, dizia, resumindo sua utopia, praticada com fervor religioso.
Carismático, apesar do senso de humor ácido, Alfredinho era daquelas pessoas por quem você se apaixona logo que conhece. Apaixonado por música, com certeza ele está lá no céu – com seu copo de vinho na mão – ouvindo os anjos tocarem suas harpas.
E, claro, reclamando do barulho.
Adeus, amigo.”