Edson Torres prestou depoimento ao Tribunal Especial Misto (TEM) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) nesta quarta-feira, dia 13/01/2021, no processo de impeachment do governador afastado Wilson Witzel (PSC). De acordo com o empresário, que já havia confessado participação no esquema de corrupção na Saúde do estado por meio de contratos fraudados e pagamento de propina, o governador afastado Wilson Witzel (PSC) recebeu quase R$ 1 milhão antes da eleição para “sustento”, caso o não vencesse as eleições para governador em 2018.
“Os recursos que foram por nós aportados, parte deles foi antes das eleições de 2018, enquanto Wilson era juiz federal. Se ele ganhasse a eleição, o dinheiro era para o que ele bem entendesse. Se ele não ganhasse a eleição, era para sustento dele”, disse Torres em seu depoimento.
O empresário, que é dono de empresas que prestavam serviços para o estado do Rio, também confessou que a “caixinha da propina” arrecadou entre R$ 50 milhões e R$ 55 milhões. Esse valor, em maior parte era direcionado para o Pastor Everaldo e a estrutura do governo do estado. Everaldo também era o responsável pela distribuição dos valores à “estrutura do governo”.
Edson Torres ainda confessou que o plano do ex-secretário de Saúde, Edmar Santos, era ser reitor da Uerj e deputado e que participou da escolha de nomes para o governo de Witzel. “Participei de ajuda de algumas escolhas, como a do próprio Edmar. No final de outubro (de 2018), ele procurou uma pessoa próxima a mim e pediu reunião comigo. Marcamos um café no Hotel Hilton. Eu estive lá com ele. O Edmar tinha um projeto político de ser diretor do Hupe (Hospital Universitário Pedro Ernesto) e reitor da Uerj, e indo a deputado. Era o projeto político dele que ele tinha compartilhado comigo. Nesse café, ele me pediu se tinha como encaminhar o currículo dele a um cargo do governo do estado já com a eleição do Wilson definida. E assim o fiz”, afirmou o empresário.