O prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), deixou aberta a possibilidade de se candidatar ao governo do estado em 2026, apesar de passar toda a campanha afirmando que permaneceria na prefeitura até o fim do mandato. Durante o seminário “Caminhos do Rio”, promovido pelos jornais O Globo e Extra nesta quarta-feira (27), Paes comentou sua trajetória política e elogiou seu vice-prefeito, Eduardo Cavaliere, como um sucessor com “capacidade e maturidade” para assumir a cidade. As informações são do O Globp
— Se eu já tentei duas vezes (o governo do estado), pode ser que um dia eu tente de novo — afirmou Paes, reiterando que continuará focado em sua gestão como prefeito. Ele acrescentou: — Continuarei prefeitando. O Eduardo [Cavaliere] vai ter que esperar um tempo para assumir a prefeitura.
Histórico de declarações contraditórias
Em outubro, logo após ser reeleito no primeiro turno, Paes negou qualquer intenção de concorrer ao governo estadual, mas deixou escapar, em tom descontraído, que o desejo de comandar o estado ainda o acompanha. À época, recusou-se a formalizar um compromisso de completar os quatro anos de mandato ao ser provocado pela Ema Jurema, personagem de pelúcia do jornal Extra.
No entanto, o movimento para sua candidatura tem ganhado força dentro de seu grupo político. O deputado federal Pedro Paulo (PSD), aliado próximo, afirmou publicamente que Paes “não terá o direito de dizer não” à disputa pelo Palácio Guanabara devido ao cenário político do estado, marcado pela falta de lideranças consolidadas.
— Que quadro temos hoje no estado do Rio? O governador Cláudio Castro está em sua fase final e já disse que deixará a política. Há um enorme vazio. O Eduardo não vai ter o direito de dizer não — afirmou Pedro Paulo no início deste mês.
A aposta em Eduardo Cavaliere
Eduardo Paes tem sinalizado que sua confiança em Eduardo Cavaliere, vice-prefeito eleito, é sólida. Durante o evento, destacou que pediu ao vice que não assumisse nenhuma secretaria para que estivesse plenamente integrado à administração municipal.
— Tenho absoluta certeza de que eu coloquei alguém como o vice-prefeito que teria todas as condições de assumir amanhã a prefeitura do Rio de Janeiro e conduzir com muita capacidade e maturidade uma cidade, apesar da pouca idade — afirmou Paes, mencionando que Cavaliere será o responsável por comandar a transição administrativa.
O apoio de figuras políticas e partidos
A possibilidade de Eduardo Paes concorrer ao governo do estado tem recebido apoio de diversas figuras políticas, incluindo aliados e nomes fora de seu núcleo político direto. Entre eles estão o deputado federal Otoni de Paula (MDB), ex-aliado de Jair Bolsonaro, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), que também já declarou considerar Paes como um nome forte para o cargo.
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, também manifestou desejo de ver o prefeito disputar o governo do estado. Em entrevistas ao Globo, antes e depois das eleições municipais, Kassab afirmou que considera a candidatura de Paes uma “missão natural”.
O cenário político para 2026
Com o anúncio do governador Cláudio Castro (PL) de que deixará a política ao fim de seu mandato, o quadro político fluminense se encontra em busca de lideranças capazes de ocupar o espaço de protagonismo. A trajetória de Paes e sua gestão bem avaliada na prefeitura do Rio fortalecem sua posição como o principal nome para disputar o Palácio Guanabara.
Reflexo na política estadual
A movimentação para a candidatura de Eduardo Paes ao governo do estado em 2026 marca uma potencial reorganização política no Rio de Janeiro, com o prefeito se posicionando como a liderança mais influente no cenário local. Sua decisão final deve ser acompanhada de perto por aliados, adversários e pelo eleitorado, dado o impacto que uma candidatura ao governo estadual poderá ter no equilíbrio de forças políticas do estado.