Historicamente, a Cidade do Rio de Janeiro desempenhou um importante papel portuário e comercial, principalmente através do Porto do Rio de Janeiro, que se tornou o principal centro exportador e importador do país. Ainda hoje, é um dos principais portos e tem uma grande diversificação de cargas, fundamental para o desenvolvimento do estado e do município, através da geração de impostos e empregos: gera 5.000 empregos diretos e 12.500 empregos indiretos e, em 2019, gerou 1,56 mil milhões de reais em ICMS para o estado, sem contar com o ISS para o município.
Em municípios costeiros como o Rio de Janeiro, que coexistem diretamente com o mar e o oceano no seu ambiente urbano e com uma economia informal significativa, existem oportunidades para explorar caminhos práticos do desenvolvimento sustentável dos oceanos e a capacidade destes em gerar empregos, renda e até mesmo a preservação da vida.
De acordo com o SEBRAE, o município do Rio de Janeiro concentra cerca de 37% do emprego total em atividades relacionadas com o mar no Estado do Rio de Janeiro, contudo, em termos relativos, estes empregos representam apenas 2% do emprego total no município.
A vocação que o Rio tem para o mar faz dele um ator fundamental para impulsionar o desenvolvimento sustentável e o bem-estar das comunidades e das populações mais vulneráveis, principalmente as costeiras. Aliar projetos de preservação, conservação e regeneração do ambiente marinho ao potencial costeiro e eco-turístico da cidade, pode ser um caminho a explorar para garantir políticas públicas eficazes de ação climática inclusiva.
Em 2021, as Ilhas Cagarras, localizadas ao largo da costa da cidade, foram nomeadas o segundo Ponto de Esperança na costa do Brasil. A candidatura destacou a elevada diversidade de espécies, incluindo espécies ameaçadas, endémicas e novas espécies para a ciência; um dos maiores locais de nidificação de aves marinhas no Atlântico Sul; remanescentes da Mata Atlântica com características primitivas; espécies de megafauna carismática; fauna marinha de importância económica para a pesca; corredor migratório para baleias; presença de um sítio arqueológico; e, por fim, destacou o grande potencial para o turismo sustentável. O reconhecimento foi atribuído pela Mission Blue, uma aliança internacional liderada pela conservacionista marinha, Dra. Sylvia Earle. A avaliação é realizada por um conselho científico da Mission Blue em parceria com a União Internacional para a Conservação de Nature (UICN), que analisa as candidaturas do Ponto de Esperança de comunidades de todo o mundo e aprova aquelas que satisfazem os critérios científicos e de conservação.
O Dia Mundial dos Oceanos, estabelecido durante a Cúpula da Terra, ou Rio92, no Rio de Janeiro, em 1992, é celebrado no dia 8 de Junho. Trinta anos se passaram e, em plena Década do Oceano, é ainda mais do que necessário alertar a população sobre a importância de atitudes conscientes, como a urgente preservação dos mares e ecossistemas costeiros.
Por isso, convido a todos a participar da 2ª edição do “Aquele Abraço”, promovida pela ROUTE Brasil, que será realizada no próximo dia 08 de junho, a partir das 12h, na Praia de Copacabana. O evento volta a ser realizado, após mais de dois anos de pandemia, com o intuito de celebrar o Dia Mundial dos Oceanos. Para esta nova edição, a expectativa é que mais de 4 mil voluntários participem da ação, abraçando o Oceano, ao longo dos 4,15 Km de extensão de uma das praias mais famosas do mundo. O ato simbólico do abraço coletivo e cheio de mensagens será seguido por um grande mutirão de limpeza das areias.
O #AqueleAbraço é uma realização da ROUTE Global e neste ano será realizado simultaneamente em três cidades: Rio de Janeiro, Lisboa e San Diego. Aqui no Brasil, a praia de Copacabana será dividida em 25 pontos estratégicos para recepção do público, contando ainda com mais 3 bases de apoio operacional e gerencial. Os voluntários interessados em participar do evento no Brasil podem se inscrever pelo site https://routebrasil.org/aqueleabraco.