Egas: O Conceito ESG aplicado em eventos

Bernardo Egas fala do evento Jogos de Praia que buscou o alinhamento com as práticas ESG que tomaram o mundo corporativo nos últimos anos

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Durante o último feriadão em novembro, Búzios recebeu o evento denominado Jogos de Praia, produzido pela Rio Universitário, por meio da RU Sports em parceria com diversas Atléticas Universitárias das principais Universidades do Estado. O evento reuniu quase três mil participantes, entre atletas e delegações, com as modalidades de Surf, Beach Soccer, Beach Tennis, Beach Run, Futevôlei, Vôlei e Altinha. Assim, após um longo período de paralisação, os Jogos Universitários voltaram, desta vez na praia, ao ar livre e com todas as medidas sanitárias necessárias.

As competições tiveram início na sexta (12), na Praia de Geribá, onde as disputas seguiram até segunda-feira (15), com o apoio da Prefeitura de Búzios e em parceria com a Secretaria de Esportes e Lazer e a Câmara Municipal de Búzios, contribuindo para a retomada da economia e do turismo na cidade.

O maior destaque foi o fato de o evento ter inovado completamente, buscando o alinhamento com as práticas ESG que tomaram o mundo corporativo nos últimos anos. Foram realizadas ações ambientais de impacto visando atingir a sustentabilidade do evento e a conscientização dos participantes, sempre com uma preocupação relacionada também à integração social com a comunidade local. O presente artigo serve para divulgar e dar transparência a estas ações, bem como transmitir alguns dados importantes, que podem estimular que outros eventos sigam caminhos parecidos, demonstrando para as novas gerações e para a sociedade, de maneira geral, uma nova forma de empreender, de trabalhar, de mitigar nossos impactos e, até mesmo, ressignificar nossa forma de enxergar o mundo.

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Tendo como palco a praia de Geribá, o evento foi organizado segundo os critérios do conceito Lixo Zero, promovidos pelo Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB), o braço nacional da Zero Waste International Alliance (ZWIA), organização que estabelece normas para orientar o desenvolvimento Lixo Zero no mundo. Segundo o ILZB-ZWIA, o conceito Lixo Zero se define como a “conservação de todos os recursos através da produção responsável, consumo, reutilização e recuperação de produtos, embalagens e materiais sem queima e sem descargas para a terra, água ou ar que ameacem o ambiente ou a saúde humana”.

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Durante os quatro dias de evento, foram aplicadas práticas Lixo Zero para garantir que o evento tivesse sua pegada ecológica reduzida ao mínimo. O uso de eco copos (eliminando os descartáveis), a disponibilização de coletores específicos para a separação dos resíduos, um grande mutirão de limpeza de praia com os participantes, ações de conscientização para consumo responsável e gestão dos resíduos gerados possibilitaram a redução do desperdício e sua valoração. Ao todo, foram coletados 3.728,61 kg, dos quais 14,83% orgânicos compostáveis, 25,36% recicláveis, 52,7% material de reuso, como peças de madeira e tecidos, e apenas 7,11% de rejeitos. Todo este trabalho foi feito em parceria com os catadores da cidade, que ficaram com o proveito econômico da correta destinação destes materiais, efetivando a inclusão social no decorrer do evento.

Além disto, em uma parceria pioneira com a Magikk (uma moeda social que remunera boas ações), Rio Eco Pets (programa de voluntários que recolhem doações de tampinhas para transformar em castrações) e RJ Pet (o órgão do Governo do Estado que cuida do bem-estar animal), toda a receita da venda dos eco copos foi revertida para os animais de Búzios, com a compra de ração para abrigos e apoio às protetoras da cidade. O resultado foi positivo, inovador e a sensação é de dever cumprido!

Nas duas semanas que antecederam os Jogos de Praia, países, estados, municípios, empresas, terceiro setor e indivíduos representando minorias e jovens, participaram da COP26 em Glasgow, num esforço coletivo de elevar a ambição para a transição verde necessária para um mundo inclusivo, sustentável e resiliente ao clima. Compromissos foram firmados em diversas áreas, como a redução do desmatamento, o aumento de financiamento para países mais vulneráveis e, destaco aqui, o compromisso global para redução de metano, que marcou o segundo dia da COP26.

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Na perspectiva das cidades, o metano é um dos gases que mais contribui para o aquecimento global e é emitido, principalmente, por meio da queima irregular de resíduos e aterramento em lixões a céu aberto e aterros. Segundo o Departamento de Economia do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), a queima irregular de resíduos e a permanência de lixões para descarte de lixo no Brasil respondem por cerca de seis milhões de toneladas de gás de efeito estufa ao ano (CO2e). Este dado foi divulgado no dia 5 de junho de 2019, Dia Mundial do Meio Ambiente, que teve a “Poluição do Ar” como tema definido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Neste sentido, para mensurar o impacto dos Jogos de Praia em termos de emissões de gases de efeito estufa, procuramos avaliar o balanço entre as emissões ocorridas e evitadas com a aplicação das práticas Lixo Zero. Como resultado, a gestão dos resíduos permitiu evitar 4.598,72 kg CO2e, emitindo apenas 56 kg CO2e, que serão compensados por meio do plantio de mudas nativas da Mata Atlântica.

Desta forma, os Jogos de Praia se alinharam com o esforço global para a redução de emissões de gases de efeito estufa, tendo sido o primeiro grande evento deste tipo em consonância com o compromisso global para redução de metano, firmado durante a COP26 em Glasgow.

Se houver este cuidado, em linha com a ciência, o setor de eventos pode contribuir de forma significativa para elevar a conscientização climática, não apenas por meio de ações mitigadoras do seu impacto ambiental provocado pelos próprios eventos em si, mas principalmente pela capacidade de mobilização e engajamento de toda sua audiência às práticas de Lixo Zero e baixo carbono. O esforço certamente compensa, é bom para os produtores, para os eventos, para as marcas, para os consumidores e para o planeta.

Fontes:
Agência Brasil, publicado em 05/06/2019 – 20:01 Por Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

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Formado em Direito pela PUC e pós-graduado em Liderança e Gestão Pública pelo Centro de Liderança Pública de São Paulo, com módulo presencial em Harvard. Também possui MBA em PPP´s e Concessões pela Fundação Escola de Sociologia de São Paulo. e Mestrado em Cidades da London School of Economics.
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4 COMENTÁRIOS

  1. parabéns Bernardo Egas por mais esse trabalho ao nosso RJ ao nosso Meio Ambiente só temos a agradecer pelo seu empenho diariamente pela natureza ????

  2. A sigla ESG é bonitinha mas é bem ordinária. O diabo sempre mora nos detalhes. A tara de querer um mundo limpinho à força ignora que no meio disso existem necessidades e outras prioridades. E daí, como o povão não engole essa proposta de imediato (afinal tem muito mais coisas importantes na frente, como café-almoço-jantar), esse pessoal do ESG age como fanáticos religiosos querendo empurrar esta agenda goelas abaixo no mundo corporativo primeiro… e no futuro na sociedade.

    Sempre irão embalar coisas ruins em papel bonitinho. Não se deixem enganar: analisem primeiro as consequências das ações.

    • Respeite o Profissional que esse rapaz é procure saber quem está atualmente levando o nome da sigla que vc sitou , pois saiba que e um rapaz trabalhador e mais feito um trabalho elogiado e muito bom por onde passou e está hj

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