
A Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho, inaugura em 24 de abril de 2025 duas exposições dedicadas à obra da artista Elizabeth Jobim, em comemoração aos seus 40 anos de carreira. Distribuídas pelos dois andares do instituto, A inconstância da forma, com curadoria de Paulo Venancio Filho, e Entre olhares – Encontros com a Coleção Roberto Marinho, sob curadoria da própria artista, revelam diferentes momentos de sua trajetória e estabelecem diálogos entre sua produção e importantes nomes da arte brasileira.
No térreo, Elizabeth Jobim estabelece um diálogo único com o nosso acervo. Assim, seguimos com a tradição das exposições individuais contemporâneas do Cosme Velho, que promovem não apenas a exibição de trabalhos, mas novas leituras e interações entre passado e presente, afirma o diretor da Casa, Lauro Cavalcanti.
A mostra do andar superior apresenta mais de 50 obras entre pinturas, desenhos e objetos. “As exposições pontuam os principais momentos do meu percurso. Com o Paulo, decidimos incluir trabalhos do início da minha carreira que há tempos não eram expostos”, explica Elizabeth Jobim.
Com obras que vão da década de 1980 até hoje, a exposição A inconstância da forma rompe com a linearidade cronológica e propõe uma leitura pendular da trajetória da artista. “A ideia foi romper com uma narrativa de cronologia linear. A trajetória proposta provoca ‘saltos’ temporais e artísticos, desafiando o espectador a se reposicionar constantemente diante da continuidade alternante da obra”, comenta o curador Paulo Venancio Filho.
A mostra revela desde a fase gestual inicial de Jobim, passando por desenhos de observação de esculturas e objetos do cotidiano, até as telas costuradas da década de 2020. O mural Sem título (2001), composto por 42 folhas de papel com tinta azul ultramar, e o trabalho Endless Lines (2008), de 32 metros de comprimento, são destaques da exposição. As peças exploram a fusão entre pintura, escultura e arquitetura.
Na mostra Entre olhares, no térreo, Elizabeth Jobim expande sua atuação curatorial ao propor conexões entre sua obra, peças da Coleção Roberto Marinho e de sua coleção particular. A seleção evidencia influências marcantes como Iberê Camargo, Jorge Guinle e Tunga, além de nomes como Ana Linnemann, Iole de Freitas, Gabriela Machado, Tarsila do Amaral, Vieira da Silva, Angelo Venosa e Antonio Bandeira.
“Nesse processo, eu considerei tanto a escala das peças quanto as afinidades com meu trabalho”, diz a artista. A exposição inclui desde trocas entre artistas até aquisições pessoais, formando um retrato afetivo e visual de sua trajetória.
Uma instalação inédita, desenvolvida especialmente para a terceira sala da exposição, retoma as séries Enlace e Linha Florescente, utilizando tecidos aplicados nas paredes e criando uma experiência imersiva. “Esse recorte é também uma forma de se refletir hoje sobre os anos 1980, contexto esse da produção abstrata gestual, no qual iniciei minha pesquisa e trajetória nas artes”, afirma Jobim.
As exposições permanecem em cartaz até agosto de 2025 e são acompanhadas por um catálogo com textos críticos e imagens das obras, aprofundando a leitura da carreira da artista e suas conexões com a arte contemporânea brasileira.
Serviço:
A inconstância da forma (1º andar) | Curadoria: Paulo Venancio Filho
Entre olhares – Encontros com a Coleção Roberto Marinho (térreo) | Curadoria: Elizabeth Jobim
Abertura: 24 de abril de 2025, às 18h30
Encerramento: 10 de agosto de 2025 (1º andar) | 22 de junho de 2025 (térreo)
Local: Instituto Casa Roberto Marinho – Rua Cosme Velho, nº 1105, Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 3298-9449
Visitação: terça a domingo, das 12h às 18h (área verde e cafeteria abrem às 9h aos fins de semana e feriados)
Ingressos: R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia); quartas-feiras com entrada gratuita; ingresso família aos domingos (R$10 para até 4 pessoas)
Estacionamento gratuito para 30 veículos. Acesso para pessoas com deficiência.