Em Caxias, tudo pode abrir, menos o Parque da Taquara

Parque Natural Municipal da Taquara criado em 1992, fica no meio da Serra dos Órgãos, entre a Apa Petrópolis e a Reserva do Tinguá e sofre com abandono

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Foto: Filipo Tardim

Shopping, comércio, festas, praças lotadas e escolas retornando as aulas colocando em risco profissionais da educação, crianças e suas famílias. Tudo isso acontece em Duque de Caxias, onde a Prefeitura resolveu fazer vista grossa e controle sanitário em um só local: no Parque Natural Municipal da Taquara, que fica no terceiro distrito. Nem mesmo o fim da validade em 29/01, do último decreto de restrições sanitárias, assinado pelo prefeito Washington Reis (MDB), fez o parque reabrir.

Quem chega no Parque da Taquara, vai encontrar uma barreira com letreiro improvisado e guardas ambientais que cumprem suas obrigações orientando os banhistas, trilheiros e moradores que faziam atividades no local, a dar meia volta e se quiser, são orientados a buscar lazer na cachoeira de Xerem, que fica no quarto distrito e nunca fechou.

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O Parque da Taquara não está só fechado, está há anos abandonado! Quiosques, banheiros, sede administrativa estão caindo aos pedaços, com mau cheiro, pichados, trilhas e áreas próxima a cachoeira com muito lixo, poucas lixeiras e sinalização no caminho.


O Parque Natural Municipal da Taquara é a única opção de lazer gratuita para moradores dos bairros da: Taquara, Santa Cruz da Serra, Parada Angelica e Jardim Rotsen. No seu interior encontramos as cachoeiras Das Dores (Rio Taquara) e Véu de Noiva. O parque reúne muitos lagos, córregos e corredores ecológicos. Em suas florestas, encontramos uma grande diversidade de flora e fauna, com espécies nativas de árvores e flores de raríssima beleza, além de centenas de tipos de animais silvestres.

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Enquanto a Prefeitura de Duque de Caxias cumpre com mãos de ferro a entrada no parque, não vemos o mesmo afinco no controle de aglomerações em praças, no calçadão, bares e casas noturnas. Tudo acontecendo aos olhos da Prefeitura e do prefeito que após ter sido infectado por Covid-19, circula pela cidade com máscara no bolso.

Por ser o único lugar que tem Guarda Ambiental para controlar a entrada, saída e evitar lotação, qual interesse em manter o Parque da Taquara fechado? Inclusive catracas foram colocadas, até antes de pensar em ter pandemia, justamente para controlar o número de pessoas dentro da unidade de conservação.

Enquanto isso, a Reserva Biológica do Parque Equitativa, segue ocupada há anos por grupos religiosos neopentecontais que celebram orações, vigílias e cultos dentro de uma área de Mata Atlântica. No lugar onde a presença humana só poderia ser de pesquisadores, há barracas, fogueiras, cultos e vigílias madrugada à dentro e degradação. Não há nenhuma preocupação com a pandemia do Covid-19 e autorização ambiental para estarem ali.

Em Duque de Caxias, o espaço público, arrejado e terapêutico segue fechado sem nenhuma justificativa, mas quem quiser pagar, pode entrar em qualquer um dos sítios que ficam no entorno do Parque da Taquara. Esperamos que o espaço seja reformado e devolvido da forma mais rápida ao povo caxiense. Uma medida compensatória daria uma boa reforma neste espaço privilegiado de Mata Atlântica em plena Baixada Fluminense.

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Cidadão Baixada. Filho, neto e bisneto de pernambucanos é caxiense, portelense, tricolor, professor de História e Jornalista. É pesquisador na área da pessoa com deficiência, voluntário do Lions Clube Xérem e no Pré-Vestibular Comunitário da Educafro.

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