A Guarda Ambiental de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, encontrou um homem, de 50 anos, que trabalhava em condições análogas à escravidão, na tarde desta segunda-feira (27). O caso, que aconteceu em Carlos Sampaio, localidade de Austin, é resultado de denúncias relacionadas à criação clandestina de porcos. De acordo com os agentes, o homem trabalhava em troca de abrigo e se alimentava da lavagem servida aos animais. O proprietário da criação ilegal de porcosfoi preso em flagrante e encaminhado à 58ª DP (Posse).
O coordenador operacional da Guarda Ambiental de Nova Iguaçu, Carlos Januzzi, contou ao jornal O Globo, que o homem vivia sem banheiro e sem água potável para beber. A sua única comodidade era um colchonete sobre o qual estava deitado, quando chegaram os agentes da Guarda.
“Fomos chamados para verificar uma denúncia de criação ilegal de porcos e encontramos esse senhor deitado num colchonete. Ele explicou que trabalhava cuidando dos porcos e não recebia nada, era apenas em troca do abrigo. Vivia sem banheiro, só um buraco no chão, e sem água. Ele bebia água do curso d’água próximo. Ele comia a mesma lavagem que dava aos porcos, as condições eram péssimas”, informou Januzzi, adiantando que o trabalhador libertado foi encaminhado para um abrigo da prefeitura de Nova Iguaçu.
![Homem que comia lavagem de porcos e era vítima de trabalho análogo à escravidão é libertado em Nova Iguaçu 1 A unica comodidade do homem era um colchao jogado no chao Divulgacao Homem que comia lavagem de porcos e era vítima de trabalho análogo à escravidão é libertado em Nova Iguaçu](https://controle.diariodorio.com/wp-content/uploads/2023/03/A-unica-comodidade-do-homem-era-um-colchao-jogado-no-chao-Divulgacao.jpg)
O jornal O Globo reportou uma nota emitida pela Polícia Civil com trechos de depoimentos de testemunhas. Segundo a nota: “o funcionário vivia em um ambiente sem banheiro, sem uma das paredes, e era obrigado a comer a lavagem destinada à alimentação dos animais”. Ainda segundo os policiais, a prisão foi executada pelo fato de o proprietário “reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho”.
Os agentes constataram que, no local, além da prática do trabalho análogo à escravidão, ainda foram praticados outros crimes, como: a criação clandestina de porcos – o que levou à interdição lugar; maus tratos a animais, poluição do solo e contaminação de rio. No local, as autoridades também encontraram indícios de abate ilegal de animais. O total das multas podem chegar a R$ 30 mil.
As informações são do jornal O Globo.