Uma das pistas do Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador, foi fechada para uso em um sentido devido a um poste instalado pela Light de forma indevida na Estrada do Galeão, única via de acesso para quem quer chegar ao terminal vindo de outras regiões da cidade.
A notícia foi divulgada inicialmente pelo portal Aeroin, com base em informações da Aeronáutica, que, através dos Notams (Avisos aos Aeronavegantes) de número E0344/24N e E0343/24R, informou que existem ao menos 11 postes que violam o plano básico de zona de proteção da decolagem e movimentação em superfície de aeronaves.
Os postes têm cerca de 13 metros de altura cada e, por causa disso, interferem na zona de segurança necessária em torno do aeroporto para que as aeronaves possam fazer um pouso seguro.
Os postes teriam sido instalados pela concessionária com o objetivo de minimizar o impacto da frequente falta de energia no aeroporto do Galeão. Nos últimos dias, passageiros relataram que o aparelho de ar-condicionado não estaria funcionando adequadamente, isso em dias de verão onde a sensação térmica beirou os 60ºC na capital fluminense
Engenheiro classifica episódio como “alarmismo”
Consultado pelo DIÁRIO DO RIO, o Engenheiro Wagner Victer, classificou a notícia como “alarmismo” e de fácil resolução, tanto pela Light, como pela RioGaleão, gestora do aeroporto. Segundo ele, a Ilha do Governador possui outras questões mais urgentes provenientes do colapso de energia por qual a área passa.
“Primeiro, aquela pista que ali está localizada é uma pista de 3,2 km de extensão e quando acontece uma limitação dessa de entrada em cabeceira , você pode reduzir o tamanho da pista para 2,9 km e isso não altera em nada a segurança além disso você coloca umas lâmpadas sinalizando”, disse Victer, que completou.
“Segundo que aquilo não é uma instalação elétrica de caráter permanente é uma instalação temporária pois não é uma linha sequer de alta tensão ( 138 KV) e sim de média tensão em (13,8 KV) que vem para a Ilha através do Fundão pela Ponte Velha para aliviar a carga do Galeão. Com isso, reduzindo a carga nos cabos 138 KV onde passa a principal corrente de entrada na ilha e reduzindo a probabilidade de dar problemas”, afirma o engenheiro, que prossegue.
“Terceiro esse arranjo no futuro terá que ser retirado não só dali na cabeceira como da Ponte Velha onde penduraram os travessões dos cabos em cima dos postes de iluminação de época”.
“Portanto , não dá para ficarmos criando problemas neste momento grave e que pode ampliar o sofrimento do povo da Ilha .
Infelizmente a concessionária Light errou, mas todos temos que ter um entendimento que alguns aspectos visuais podem temporariamente ser flexibilizados e, logicamente reclamar quanto junto à agência reguladora ( ANEEL ). Porém, sem ficar criando obstáculos que são totalmente superáveis, até porque o próprio Aeroporto do Galeão tem uma outra pista de 4 km muito maior que pode ser utilizada além dessa. Ou seja, não há problema algum com os postes ali e os riscos são facilmente superáveis, tanto para Light quanto o Rio Galeão“, conclui.
O DIÁRIO DO RIO entrou em contato com a Light e a RioGaleão, mas até o fechamento desta matéria, não obteve resposta.
Atualização:
Os postes foram retirados hoje, e agora os cabos estão subterrâneos. Pista do aeroporto volta a operar sem restrições.
Vitória do bom senso.
O aeroporto com a redução de 300 metros dessa pista ficará com essa maior que o. SDU com limitação de escape . Além disso tem outra pista a maior do país de 4 km
Só li verdades no que disse esse engenheiro… que mostra ser sujeito de bom senso, enquanto os outros…
Inacreditável instalar postes com cabo de energia na cabeceira da pista de um aeroporto. Poderiam ser subterrâneos, mas aqui a economia porca impera.
Mais inacreditável ainda é se defender “reduzir o tamanho da pista para 2,9 km”, para passar cabo que nem deveria estar ali.
Aeronáutica e bom senso devem estar errados.
Faço suas as minhas palavras!
Engenheiro da Light deve atuar especificamente em sua área de atuação e não dar pitacos em segurança aérea. Vai que acontece um acidente ali, o que não é improvável ou impossível.
Então, melhor seguir as normas de segurança aeroportuárias e obrigar a Light a retirar os postes.
Observo que no Rio quase tudo é feito de forma provisória (que se torna definitivo) e muitas obras “meia-boca” para enganar a população. O rol de problemas é extenso.