Nesta quinta-feira, 27 de fevereiro, o Bloco Loucura Suburbana tomou as ruas do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio, para celebrar 25 anos de existência. O desfile, que teve como tema “Bodas de Loucura”, reuniu clientes do Instituto Municipal Nise da Silveira, familiares, profissionais de saúde mental e moradores do bairro em um ato de resistência e inclusão.
“Participar do Loucura Suburbana é um ato político. A arte é uma ferramenta de cuidado. Vir para o bloco é resistência, é cuidado em saúde mental”, afirmou Lidiane Aires Cruz, psicóloga do Deambulatório de Guaratiba.
A adesão da comunidade reforça o papel do bloco como símbolo da luta antimanicomial. Há 25 anos, o Loucura Suburbana promove a inclusão por meio da cultura e da arte, consolidando-se como um patrimônio do bairro.
“As bodas de prata do Loucura representam um avanço na luta antimanicomial e pela reforma psiquiátrica. Estar nas ruas do Engenho de Dentro é reafirmar que a loucura faz parte da cidade, com alegria e afeto”, destacou Érica Pontes Silva, diretora do Instituto Municipal Nise da Silveira.
O desfile foi embalado pela bateria Insandecida, que acompanhou foliões vestidos com fantasias coloridas e adereços simbólicos. O estandarte deste ano trouxe a imagem de uma criança rompendo uma camisa de força e segurando um pincel, representando a liberdade e a expressão artística.
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“O Loucura Suburbana é um bloco único, que une trabalhadores da saúde mental, a comunidade e foliões no nosso bairro. Isso é revolucionário”, afirmou Bruno Dias, morador do Engenho de Dentro.
Mais do que um bloco de carnaval, o Loucura Suburbana é um movimento ativo durante todo o ano, promovendo oficinas de percussão, adereços e atividades culturais voltadas à integração social. Desde sua fundação, tornou-se um símbolo de resistência e combate ao estigma da saúde mental. Em 2010, foi reconhecido como o primeiro Ponto de Cultura em saúde mental do Rio e, em 2021, recebeu o título de Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Povo Carioca.
