A escolha da escola ideal é um dos passos mais importantes na trajetória educacional de uma criança. Nos últimos anos, escolas bilíngues e internacionais têm se tornado cada vez mais populares no Brasil, oferecendo propostas pedagógicas que ampliam a exposição dos alunos a um segundo idioma. Mas quais são as diferenças fundamentais entre esses dois modelos e qual pode ser a melhor escolha para cada família?
Duas abordagens, propostas distintas
Segundo a pedagoga Camila Oliveira, diretora acadêmica da Rio International School (RIS) e especialista com mais de 30 anos de experiência na educação, a principal distinção entre escolas bilíngues e internacionais está no currículo e na metodologia.
Uma escola internacional segue um padrão de ensino estrangeiro, com todas as disciplinas ministradas integralmente em outro idioma – geralmente o inglês. O calendário escolar acompanha o do país de origem do currículo (americano, britânico ou europeu), e o diploma obtido ao final do curso tem reconhecimento internacional. “Esse modelo é ideal para famílias que buscam uma transição fluida entre diferentes sistemas educacionais ao redor do mundo”, destaca Camila.
Já uma escola bilíngue combina o ensino em português com um segundo idioma, normalmente dividido meio a meio entre as aulas. O calendário e as diretrizes pedagógicas seguem as normas brasileiras, tornando esse formato mais acessível para famílias que desejam um ensino bilíngue, mas sem abrir mão da estrutura educacional do país.
Metodologia e aprendizado na prática
Independentemente da escolha, o ensino de um segundo idioma vai além das aulas convencionais de língua estrangeira. Tanto nas escolas bilíngues quanto nas internacionais, a fluência é estimulada por meio de projetos interdisciplinares, atividades extracurriculares e um ambiente de imersão linguística.
Nas escolas bilíngues, o material didático pode ser mesclado entre os idiomas, enquanto nas internacionais, os livros e conteúdos são integralmente em inglês ou na língua do currículo adotado. Além disso, a abordagem pedagógica das escolas internacionais prioriza o desenvolvimento de habilidades como pensamento crítico e resolução de problemas, preparando os alunos para desafios acadêmicos e culturais em um contexto globalizado.
Outro fator relevante é a interação com as famílias. “Embora a comunicação com os pais geralmente ocorra em português, os alunos são incentivados a usar o segundo idioma em seu cotidiano escolar, promovendo uma imersão natural”, explica Camila.
Qual escolher?
Para tomar a melhor decisão, especialistas recomendam que os pais avaliem fatores como os planos pedagógicos, os valores da instituição, os custos, os objetivos acadêmicos e as perspectivas futuras do aluno.
É importante destacar que, enquanto uma escola internacional pode oferecer uma educação bilíngue, o inverso não acontece – escolas bilíngues não possuem a certificação e os padrões globais que caracterizam as internacionais.
“No fim das contas, tanto escolas bilíngues quanto internacionais oferecem uma experiência enriquecedora”, enfatiza Camila. “Se a prioridade é uma formação voltada para um cenário global, com reconhecimento internacional, a escola internacional pode ser a melhor escolha. Mas, para quem busca fluência em um segundo idioma sem abrir mão das raízes brasileiras, o ensino bilíngue pode ser o caminho ideal.”
