O novo ano começa sob expectativas complicadas no cenário econômico brasileiro, com perspectiva de crescimento mínimo ou mesmo de estagnação da economia e do PIB em 2022. As eleições presidenciais e a pandemia são fatores que puxam para baixo as estimativas. Mas especialistas apontam que, em ano de crise, há saídas para as famílias equilibrarem as finanças e lucrarem com investimentos que apontam para ganhos reais.
Educador financeiro e criador do canal “Vamos pra Bolsa”, Rodolfo Marques é um desses que veem oportunidade em meio a cenários econômico nada animadores. E aponta três investimentos que devem trazer bons resultados este ano: fundos imobiliários, dólar e criptomoedas.
“Como todo o ano eleitoral, devemos ter oscilações na bolsa, que podem reverberar no dólar, levando a moeda a patamares ainda maiores. Diante disso, o investidor tem a opção de se proteger dessas oscilações no câmbio investindo em ativos dolarizados”, explica Marques, destacando que, hoje em dia, é bem menos complicado atuar no mercado internacional: “É possível investir nas maiores empresas do mundo aqui no Brasil. Temos as BDRSs, que são os recibos de empresas americanas negociadas aqui na bolsa brasileira. Por mais que você compre em real, você tem proteção, já que será remunerado conforme a oscilação da cotação da empresa e a variação cambial do dólar no período”, detalha
Olho vivo nas criptomoedas
Outra forma boa e cada vez mais procurada no Brasil é o investimento em criptomoedas. Marques explica que o segmento é sério e muito rentável. “É possível comprar Bitcoin e Ethereum (duas criptomoedas), que são grandes projetos e que também são conversíveis em qualquer moeda. Em muitos países com problemas políticos e fiscais é comum que investidores optem por essas criptomoedas quando sabem que internamente existem esses problemas que podem levar a perda do poder de compra da moeda local. Para se ter noção, mais de 24% da população da Nigéria usa Bitcoin, justamente porque eles acreditam que a moeda própria está só se depreciando e precisam de uma maior proteção”, revela Marques.
Fundos imobiliários em alta
A partir de meados de 2021, os fundos imobiliários atraíram muita atenção. Com eles, os investidores compram a participação de um imóvel, que pode ser dos mais diversos tipos e passam a receber todos os meses uma renda, como se fosse um aluguel. “Os investidores podem comprar participação de um shopping center, de edifícios comerciais, de agências bancárias, de galpões logísticos, enfim… e nesse sentido vai ter um administrador que vai cuidar dos inquilinos, de reformas, de todas as burocracias que se tem ao investir ou locar um imóvel e você, como investidor, vai receber todos os meses a renda desse imóvel. É importante destacar que essa renda é isenta de imposto”, explica Marques, autor do best-seller “Perguntas e Respostas sobre Fundos Imobiliários”.
O educador financeiro destaca também que, quando se consegue ter participação em bons fundos imobiliários, é possível ter uma renda maior, com menos risco e com incentivo fiscal. “Hoje, dado esse cenário de correção que nós tivemos na bolsa e até esse próprio aumento de juros, os fundos imobiliários, estão remunerando próximo de 1% ao mês isento de imposto. Então, é algo de fato bem interessante para quem pensa no longo prazo em ter participações em bons imóveis, com bom padrão construtivo e que são bem diversificados”.