Quem foi Frida Kahlo longe dos holofotes, na vida particular, sem estereótipos? Desta pergunta partiu a investigação para a montagem do espetáculo ‘Frida Kahlo – A deusa tehuana’, que desconstrói o mito para falar da mulher.
Com direção de Luiz Antonio Rocha, atuação de Rose Germano e texto escrito pela dupla, o monólogo, que estreou em 2014 com sucesso de público e crítica, volta ao cartaz, a partir de 17 de janeiro, no Teatro Maison de France, no Centro. Na época da estreia, o espetáculo ganhou a capa do principal jornal do México, o El Universal, e foi destaque nas emissoras de TV do país.
A peça é livremente inspirada no diário e na obra da pintora mexicana, artista que ultrapassou a popularidade adquirida com seu trabalho e tornou-se sua melhor arte. Frida Kahlo pintou sua própria face um sem número de vezes no corpo de uma obra intensamente autorreferenciada. Teatralizou a sua própria existência, foi a expressão maior de luta e superação mesmo trazendo consigo as maiores dores – físicas e existenciais. No lugar do luto, vestiu-se de cores.
Segundo o diretor, tudo de mais óbvio sobre a trajetória de Frida foi excluído da dramaturgia.
“Queria justamente algo que não estivesse nos registros oficiais da história, que mergulhasse no sentimento mais profundo de uma mulher que queria ser mãe e não conseguiu, que era frágil e, ao mesmo tempo, forte e determinada. Colocamos o inédito, o que as pessoas sequer imaginam, como a sua relação com os médicos e a descoberta da colecionadora de arte Dolores Olmedo”, explica Luiz Antonio Rocha.
“No espetáculo, desconstruímos o mito, construindo uma Frida humana, bem diferente da figura pop na qual foi transformada pela grande mídia no mundo inteiro”, conclui o diretor.
A preparação para a montagem do espetáculo foi longa e incluiu uma viagem ao México, na qual Luiz Antonio Rocha encontrou a Frida que queria montar: a pintora que transformou a dor em arte estava despida para dar vida à deusa tehuana. Na cidade de Oaxaca, o diretor comprou todas as peças que compõem o figurino do espetáculo. Elas são autênticas, conseguidas em antiquários e artesãos indígenas.
A peça abre com o prólogo de Dolores Olmedo Patiño, marchand que possui a maior coleção de Frida Kahlo e Diego Rivera no mundo. Responsável por preservar e difundir o acervo do casal. Dolores e Frida nunca foram amigas; duas mulheres apaixonadas pelo mesmo homem, uma colecionadora de arte, a outra a expressão da própria arte.
Serviço:
Frida Kahlo – A deusa tehuana
Temporada: 17 de janeiro a 16 de fevereiro
Teatro Maison de France – Av. Pres. Antônio Carlos, 58 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Telefone: 2544-2533
Dias e horários: Sexta a domingo, às 19h.
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
Lotação: 355 pessoas
Duração: 1h