Espetáculo ‘Leopoldina, independência ou morte’ conta a história da imperatriz do Brasil

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Foto: Victor Lemini

Após temporadas de sucesso no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo e em Belo Horizonte, chega à capital carioca o aclamado espetáculo Leopoldina, Independência e Morte”. A peça, que ficará em cartaz até o próximo dia (23/02) no CCBB RJ, reproduz três importantes passagens da vida da arquiduquesa austríaca que virou imperatriz do Brasil no século XIX, entre 1817 e 1826 e teve papel decisivo no processo de independência do Brasil.

A produção tem texto e direção de Marcos Damigo. A atriz Sara Antunes (atualmente no ar como a evangélica Márcia na série “Segunda Chamada”, TV Globo) interpreta Leopoldina, dividindo o palco com Plínio Soares no papel de Bonifácio – acompanhados ao vivo pela conceituada musicista Ana Eliza Colomar na flauta transversal e no violoncelo.

No espetáculo, Leopoldina, recém-chegada da Áustria, e, naturalmente, desconhecida dos brasileiros, relata a uma interlocutora estrangeira suas primeiras impressões sobre o país. No segundo ato da apresentação, Leopoldina, agora imperatriz, e José Bonifácio, seu principal aliado, analisam o complexo processo de independência após um acerto de contas; e, por fim, num delírio que consumiu seus últimos dias, ela relaciona sua vida, sua época e os projetos em disputa naquele momento com os dias de hoje.

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A peça é um sonho acalentado por Damigo há vinte anos. Suas inspirações para jogar luz sobre o legado da primeira mulher a se tornar chefe de Estado do Brasil (em duas situações ela governou o Brasil como regente interina: setembro de 1822, quando a independência foi proclamada, e no final de 1826, já em seu leito de morte), surgiram de um mergulho profundo na história de Leopoldina publicada em biografias, artigos e cartas – trechos das correspondências estão no texto no espetáculo. Falas de Bonifácio também foram extraídas de escritos do primeiro brasileiro a ocupar o cargo de Ministro de Estado. O historiador Paulo Rezzutti, autor do livro “D. Leopoldina, a história não contada“, prestou consultoria histórica para a peça.

O ensaio publicado pela escritora e psicanalista Maria Rita Kehl no livro ‘Cartas de uma Imperatriz’ (Estação Liberdade) foi o estopim para encontrar o recorte de uma
história tão rica e interessante, enfatizando a transformação da princesa europeia em estadista consciente de seu tempo histórico. Queremos também mostrar para o público de hoje o projeto de um país que, infelizmente, fracassou com a sua morte e o exílio de Bonifácio. Falar deste sonho de quando o Brasil se tornava uma nação independente é importante para nós, principalmente neste momento em que parecemos ter que negociar pressupostos muito básicos dos entendimentos sobre a vida em sociedade
”, conta o autor e diretor Marcos Damigo.

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Sobre a imperatriz Leopoldina

Descendente da família Habsburgo, a mais poderosa do início do século XIX, Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena nasceu em Viena, capital da Áustria, em 22 de janeiro de 1797. Era filha do imperador Francisco I da Áustria e de Maria Teresa da Sicília. Foi a primeira imperatriz brasileira e ficou conhecida popularmente como D. Maria Leopoldina. Deixou sua terra natal rumo ao Brasil para casar-se com Dom Pedro I, em um matrimônio arranjado típico daquela época.

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Foto: Victor Lemini

Leopoldina chegou ao Brasil com 19 anos, morreu aos 29 e engravidou nove vezes. Articuladora e estrategista, foi responsável por ações cruciais para a política da
época, mas seu grande feito como estadista não foi reconhecido até os dias atuais: enquanto regente interina durante viagem de Dom Pedro a São Paulo, ela reúne os
ministros e decide pela independência do Brasil no dia 02 de setembro de 1822. Na peça, ela clama pela autoria do momento histórico e questiona a escolha do dia 07
de setembro para sua celebração.

Gostava de teatro e literatura e falava vários idiomas, além de ser botânica e mineralogista. Segundo Maria Rita Kehl, “D. Pedro continuava dependendo de Leopoldina; ela o orientava politicamente, comunicava-se com representantes de países estrangeiros com mais desenvoltura, falava mais línguas e era mais culta do que ele. Mas Pedro vingava-se da superioridade da esposa desmoralizando-a como mulher”. Conforme a paixão de Dom Pedro por Domitila de Castro se tornava pública e a Marquesa de Santos ficava cada vez mais poderosa, Leopoldina e o projeto político que representava foram perdendo força. Morreu após um aborto, deixando cinco filhos, entre eles o sucessor do trono, Dom Pedro II.

Serviço:
Local: Teatro I do CCBB RJ
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro / RJ Tel 21 3838-2020
Horários: 4af a dom, sempre às 19h
Ingressos: R$ 30,00 (inteira), R$ 15,00 (meia e clientes e funcionários BB)
Funcionamento da Bilheteria: 4af a 2af das 9h às 21h
Vendas por internet:
Capacidade: 172 lugares
Duração: 80 minutos
Gênero: Drama histórico
Classificação Indicativa: 12 anos
Curta temporada: Até 23 de fevereiro

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