No entorno do traçado do VLT, ocorreram fatos marcantes, registrados ou redescobertos em locais como o Cais do Valongo. De forma a mostrar respeito por essa história, até mesmo para evitar que páginas como a da escravidão se repitam, as obras da Linha 3 contaram com participação ativa de entidades do movimento negro e sociedade civil. Reunidos na Comissão Pequena África, que contou ainda com membros do IPHAN, VLT e outros órgãos governamentais, como Cdurp e IRPH, o grupo foi decisivo para orientar o tratamento dado à arqueologia na região.
Como resultado desse trabalho, as paradas do percurso da Linha 3 ganharam binômios que fazem alusão à cultura negra, além da referência geográfica. A parada Cristiano Ottoni-Pequena África remete à área do Centro e Região Portuária que compreende alguns dos principais espaços culturais de herança africana.
Já Camerino-Rosas Negras faz alusão ao movimento de mulheres que foi referência na luta contra a escravidão e pelos direitos dos negros, entre o fim do século XIX e o início do século XX. Na parada Santa Rita-Pretos Novos fica a menção ao cemitério de africanos escravizados localizado na região.
Além delas, a linha 1 conta com o binômio Parada dos Navios-Valongo, que lembra o ponto de chegada de africanos escravizados descoberto durante as obras de urbanização da região portuária e que se tornou patrimônio da Unesco.
Neste ano, em parceria com a Coordenadoria Executiva de Promoção da Igualdade Racial (CEPIR), personalidades negras estão sendo homenageadas no mobiliário urbano das paradas e estações do VLT, que contam a história de personagens como Ruth de Souza e Mercedes Baptista, entre outros.