O Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) divulgou levantamento especial sobre os índices de pobreza e miséria nos estados brasileiros. O relatório considerou dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa traz resultados dos anos de 2022 e 2023. Nesse sentido, os dados mostram que o estado do Rio de Janeiro esteve acompanhado da tendência nacional, registrando queda nas taxas de pobreza e extrema pobreza. O instituto considerou a linha de pobreza sendo de R$ 664,02 por mês, e a linha de extrema pobreza de R$ 208,42 mensais, a valores de 2023.
O estado do Rio registrou taxa de pobreza de 21,1% no último ano. Isso representou uma queda de 5,5 pontos percentuais em relação ao ano de 2022 (26,6%). O Rio esteve abaixo da média nacional, que apresentou taxa de pobreza de 27,5%, e teve queda de 4,1% em relação ao mesmo período. O estado do Rio é o 18º colocado no ranking nacional, entre todas as unidades federativas. No entanto, apresentou taxa de pobreza superior à de outros estados da região do sudeste, a exemplo de São Paulo (16,5%) e Minas Gerais (20,2%). O Espírito Santo obteve taxa similar, de 22,8%.
A taxa de extrema pobreza também teve queda, embora tímida. O Rio de Janeiro obteve redução de 1,0% da sua taxa de extrema pobreza entre 2022 e 2023 – de 4,6% para 3,6%. Esse resultado implicou numa posição ligeiramente acima no ranking nacional, ocupando a 17ª colocação. Nesse caso, destaca-se o fato de que o Rio de Janeiro apresentou a maior taxa de extrema pobreza entre todos os estados do sudeste. Minas Gerais e São Paulo obtiveram taxa de 2,2%, enquanto o Espírito Santo registrou queda mais significativa – de 4,1% em 2022 para 2,7% em 2023.
Em números absolutos, quase um milhão de pessoas na região fluminense saíram da linha de pobreza entre 2022 e 2023 (946.484). Essa queda representou uma variação percentual de 20,3%. Considerando os números absolutos da região, o estado do Rio ilustrou a quarta maior redução da população em situação de pobreza, superando São Paulo (-15,1%) e Espírito Santo (-12,7%). As unidades federativas que registraram maior redução de pessoas abaixo da linha de pobreza foram os estados do Amapá (-29,8%), Minas Gerais (-25,1%), e Mato Grosso (-22,1%). De acordo com o levantamento, são mais de 3 milhões e meio de pessoas (3.723.491) em situação de pobreza no estado do Rio de Janeiro. Enquanto isso, a população em condição de extrema pobreza no Rio chega a mais de 600 mil fluminenses (636.237).
“Os dados apontam para a necessidade de uma política de assistência aos mais vulneráveis de modo focalizada. O enfrentamento da pobreza demanda esforços coletivos e ações orientadas. Embora o Rio apresente uma redução significativa, a situação segue dramática para uma parte considerável dos fluminenses”, aponta Philippe Guedon, diretor de pesquisa no Instituto Rio21.